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Mania de fofocar? Falar dos outros diz mais sobre você que sobre eles

E mais: entenda quando não é fofoca e o que fazer para se livrar de situações em que falar mal dos outros é o centro das atenções.

Por Raquel Drehmer
Atualizado em 25 nov 2022, 15h56 - Publicado em 27 jun 2019, 08h30

Fofocar é aquela típica situação pela qual todo mundo já passou, mas quase ninguém admite se está do lado ativo – ou seja, quem efetivamente faz ou participa da fofoca.

Você conhece o esquema: algumas pessoas se reúnem em volta da máquina de café no trabalho, uma começa a falar não muito bem de alguém que não está ali e todo mundo embarca no papo. Ou amigos de longa data se encontram de vez em quando e sempre rola um momento para falar mal de alguém que todos conhecem, mas não é da turma e, obviamente, não está ali.

Por ser algo tão familiar para todos, dá a impressão de que é normal e até saudável e sociável comentar sobre a vida alheia e falar um pouquinho mal dos outros, né? Pois então: não é nada normal.

Fofoca: falsos vínculos e falta de empatia

A psicóloga clínica Kelly Tavares explica que “há uma falsa sensação de vínculo criado entre as pessoas que fofocam, já que elas falam baixinho e guardam uma espécie de ‘segredo’ entre elas; mas, no fundo, fica uma insegurança coletiva enorme, porque quem garante que amanhã não será uma delas a vítima da fofoca?” A especialista, que presta consultoria empresarial, afirma que isso se estende para as relações em geral: “Os fofoqueiros têm mais dificuldade para construir amizades duradouras, pois tendem a ser desconfiados.”

E isso respinga até na carreira, saiba! Para a terapeuta em desenvolvimento pessoal Gabriela Sayago, “quando a pessoa está envolvida no ato de fofocar, ela aumenta a dificuldade em ter empatia e em buscar formas eficientes de comunicação, além de prejudicar sua imagem como profissional, trazendo à tona um caráter imaturo.”

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Mas por que algumas pessoas fofocam?

Não existe um motivo padrão, mas as especialistas chegam a um ponto em comum, que Kelly resume: “Normalmente, quem fala mal de outra pessoa está tentando reprimir algo ruim que sente a respeito de si. Enxergar defeitos em alguém e falar sobre eles pode dar a ilusão de que as próprias falhas somem.”

“É como se falar mal daquela vida que parece perfeita – e não é, ninguém tem a vida perfeita de fato – tirasse o peso de não se atingir essa perfeição”, afirma Gabriela.

Trocando em miúdos, nas palavras de Kelly: “Fofocar diz mais sobre quem está falando do que sobre a pessoa ‘falada’. Na maioria das vezes, quem é assunto nem sabe o que está acontecendo e não dará a mínima importância para isso. Os fofoqueiros é que precisam procurar ajuda para lidar com suas inseguranças.”

Sempre que se fala de alguém é fofoca?

Não necessariamente. A fofoca é relacionada a falar mal. “Se o comentário é positivo, baseado em admiração ou inspiração, é só um comentário. Ou se é apenas uma opinião sem julgamentos, ressaltando uma forma de pensar, também não é condenável”, opina Gabriela.

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Uma forma muito simples de checar se o que você está fazendo é fofoca ou não é se perguntar se você falaria a mesma coisa na cara da pessoa e ponderar se ela ficaria indignada com você. Se as respostas forem “sim” e “não”, fique tranquila: você não está fofocando.

Como evitar se meter em fofocas

O primeiro passo para evitar se envolver com situações de fofoca é literalmente se afastar. Chegou na cozinha do trabalho e está rolando um zumzumzum a respeito de alguém? Não entre na conversa; pegue suas coisas e saia dali.

Caso não seja possível sair ou a ocasião seja outra – aquela de encontros de amigos que mencionamos lá no começo –, você pode tentar desviar o assunto. Fale sobre uma viagem, um programa de TV, um filme, um livro, uma oferta do supermercado, qualquer coisa que mude o rumo da conversa. Proponha debates sobre conceitos, ideias, acontecimentos; torne o ambiente mais leve.

Pode ser que nada disso dê certo e as pessoas insistam na fofoca. Daí você tem duas opções: realmente sair de perto, mesmo que isso tenha consequências – ser excluída de uma “panelinha” do trabalho, por exemplo –, ou dialogar, questionar por que aquele grupo insiste em gastar tanta energia diminuindo os outros. Não precisa fazer um sermão da montanha, apenas sinalize que não está se sentindo confortável. Se forem relações superficiais, não vão gostar e é possível que se afastem de você. Mas se forem seus amigos realmente, se abrirão para a reflexão. Vale a pena arriscar!

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