Mães contam como fizeram para incluir o pai nos cuidados com o bebê
Mulheres contam como fizeram para que o pai participasse da hora do banho, da papinha e de trocar fralda
Tatiane envolveu o parceiro desde a gestação
“Já discutíamos esse tema mesmo antes de engravidar. Perto de o bebê nascer, marquei um curso para gestantes e matriculei a mim e meu marido. Lá, os pais aprenderam a dar banho, segurar, trocar fraldas. No parto, meu marido esteve comigo durante todo o tempo, me ajudando inclusive a fazer força. Depois que o Pedro nasceu, eu também me posicionei de forma a não centralizar tudo em mim e isso foi fazendo meu marido perceber quão importante era a presença dele. Hoje, o Paulo ainda dá banho, troca, escolhe roupa e, quando vamos sair, prepara a mala do nosso filho com todo o necessário para o período em que ficaremos fora. Acho que a época em que estamos vivendo colabora para que os pais sejam mais presentes.”
Tatiane Galvão, economista, mãe de Pedro, 1 anos e 5 meses, de São Paulo.
Fernanda ouve e valoriza a opinião do pai
“Eu sempre pedia para que meu marido conversasse com o bebê ainda na barriga. Assim, o som da voz dele seria reconhecido após o nascimento. A presença dele na hora do parto também foi muito importante. Meu marido foi o primeiro a segurar o Tom e isso fez com que ele se envolvesse e também sentisse prazer em participar de tudo. Em casa, eu deixei claro que ele era fundamental nas tarefas com o bebê e que sua opinião de paiera mais relevante do que os palpites de terceiros. Acho que, quanto mais a mãe demandar do pai, mais ele se integrará à posição de responsável e fortalecerá seu vínculo com o filho.Meu marido deu banho desde o início e posso dizer que só não amamenta, o restante ele faz. O seu bebê quer e precisa da mãe e do pai.”
Fernanda Avelino, advogada, mãe de Tom, 5 meses, de São Paulo.
Lina aceitou que não era a sabe-tudo
“Logo nos primeiros dias, quando convidei o pai para aprender a dar banho, achando que ele adoraria compartilhar esse momento, ele falou: “Não vou trocar fralda nem dar banho”. Não obriguei, não discuti, mas fiz ele ajudarcom várias tarefas como manter cheia a garrafa térmica e, principalmente, naquelas madrugadas difíceis de choro e cólicas. Sempreo acordava e era sincera quanto ao meu cansaço, sono e preocupação. Ele ajudou muito a dar colo, confortar e nas tentativas de fazer dormir. Foi ótimo porque acabou encontrando alternativas para colaborar. Muitas vezes nos superestimamos a ponto de não permitir que o outro participe. Agora, nossa filha Mie tem 2 anos e 4 meses e ele é quem cuida dos passeios, dos agrados e da diversão em casa. Os cuidados de higiene, alimentação e sono ainda são comigo, mas eu gosto. Acho que, quando aceitei que não precisava ser perfeita, onipotente, sabe-tudo, abri espaçopara o pai também ajudar, opinar, tentar, errar, acertar. Enfim, aprender a ser pai, assim como fui aprendendo a ser mãe. Permitir a participação dele foi surpreendente, o vínculo que se estabeleceu entre ele e a filha é sensacional.”
Lina Tokura Mazur, cirurgiã-dentista, mãe de Mie, 2 anos e 4 meses, de Serra Negra, SP.