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Juiz canadense é investigado por humilhar vítima de estupro: “Por que você não manteve os joelhos juntos?”

O magistrado questionou a vítima durante o julgamento em 2014, no Canadá - porém, o Conselho Judiciário pode afastá-lo permanentemente do cargo.

Por Giovana Feix
Atualizado em 21 jan 2020, 05h04 - Publicado em 14 set 2016, 09h22

Depois da notícia, semana passada, sobre a humilhação sofrida por uma vítima de estupro frente a um juiz gaúcho em 2014, vem à tona agora uma história semelhante – do mesmo ano, inclusive -, no Canadá. As ofensas em 2014 foram tão graves que a Justiça do país está atualmente decidindo, através de investigações do Conselho Judiciário, se o magistrado de 64 anos, Robin Camp, vai ou não ser autorizado a continuar exercendo a função.

Em 2014, Camp foi responsável por uma denúncia de estupro feita pela própria vítima – agredida sobre a pia de um banheiro durante uma festa universitária. “Por que você não manteve os joelhos juntos?”, questionou Camp. Mais adiante, ainda declarou que “as jovens mulheres querem fazer sexo, principalmente quando estão bêbadas” e que “sexo e dor às vezes vêm juntos, e isso não é necessariamente uma coisa ruim”.

O juiz absolveu o acusado, Scott Wagar. “Eu quero dizer aos seus amigos – seus amigos homens – que eles têm de ser muito mais delicados com as mulheres”, disse Camp ao jovem. “Eles têm de ser mais pacientes. E têm de ser muito cuidadosos. Para protegerem a si mesmos, eles têm de ser muito cuidadosos“. Mais adiante, decisão foi anulada – e Wagar está atualmente passando por um novo julgamento.

tzahiV/Thinkstock
tzahiV/Thinkstock ()

“Estupro”

Agora, em seu próprio julgamento, o juiz se defende alegando não haver recebido treinamento apropriado, na época, para casos de assédio sexual. “Meus colegas sabem que meu conhecimento da lei canadense era mínima. Era quase inexistente. Por favor, lembrem-se que eu não estava neste país durante os anos 1960, 70 e 80”, disse, na última sexta (9). Robin Camp nasceu na África do Sul.

Depois de passar por um treinamento para aprimorar seu “entendimento da lei, do contexto social da violência sexual e do impacto psicológico do ataque sexual”, Camp pediu desculpas à vítima. “Eu fui rude e grotesco”, ele disse, além de declarar querer que “isso nunca tivesse acontecido.”

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A vítima também teve voz no contexto das investigações. “Ele me fez odiar a mim mesma, e sentir como se eu tivesse que ter feito algo… Como se eu fosse alguma espécie de puta“, disse.

Sim, juíz Camp, os homens têm de ser muito cuidadosos. Mas não é para protegerem a si mesmos, não – e sim para que esse tipo de notícia se torne cada vez mais rara.

 

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