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Garotas de apenas 11 anos já procuram por cirurgias íntimas

Nova febre do momento entre mulheres e, até mesmo, meninas, a procura pela labioplastia já aumentou 250% no Brasil em um ano

Por Roberta Tinti Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 18 fev 2020, 12h40 - Publicado em 5 jul 2017, 18h12

Você sabe o que é labioplastia? Provavelmente você já ouviu falar da cirurgia íntima feminina que diminui ou até mesmo modifica os lábios vaginais, mas talvez não imaginava que ela seria a nova tendência não só no Brasil, com também no mundo todo.

Segundo o relatório anual da Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos, que pela primeira vez contou com o procedimento, o aumento do número de mulheres que realizaram a labioplastia é 39% maior do que em 2015. Em terras brasileiras, de acordo com a VEJA, um estudo feito pela Dall’Ago & Manfrim Cirurgia Plástica mostrou que a procura por essa cirurgia já cresceu 250% em apenas um ano. Somente no Reino Unido, esse número aumentou dez vezes entre 2003 e 2013.

Segundo recomendações do Sistema Nacional de Saúde do Reino Unido (NHS, na sigla em inglês), a labioplastia não deve ser realizado em meninas com menos de 18 anos, a menos que sejam casos de deformidades ou algo que gere impactos físicos e psicológicos na paciente.

No entanto, é no Reino Unido que a febre da cirurgia íntima pegou também entre as crianças. Meninas de apenas 11 anos, também estão pedindo pela cirurgia. No NHS, alguns registros indicam que cerca de 200 mulheres com menos de 18 anos realizaram o procedimento entre 2015 e 2016 e 75% delas ainda tinham menos de 15 anos.

Leia mais: Em tempos de “nudes”, mulheres procuram as cirurgias íntimas para recuperarem a autoestima

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“É muito difícil acreditar que existem 150 meninas com alguma anormalidade médica que justifique a necessidade de uma operação íntima”, afirmou Naomi Crouch, ginecologista especializada em adolescentes, à BBC britânica.

Outra médica, Paquita de Zulueta, também se pronunciou ao jornal sobre o caso. “Estou vendo meninas de apenas 11, 12, 12 anos, acreditando que há algo errado com sua vulva – que ela tem o formato errado, o tamanho errado, e realmente expressando nojo sobre ela. Sua percepção é que seus pequenos lábios deveriam ser invisíveis, quase como uma Barbie, mas a realidade é que há muita variação. É muito normal que os lábios se projetem”, disse.

Algumas causas do aumento da procura por meninas tão novas, acreditam os especialistas, podem estar ligados à troca de mensagens de nudez nas redes sociais e ao fácil acesso à pornografia na internet, que fazem com que elas acreditem que aquele padrão de região íntima seja o único bonito e aceitável.

Crouch comentou também que algumas jovens, por quererem a todo custo a cirurgia, exageram nos relatos de como esse “problema” afeta sua autoestima ou até aumentam o impacto real dele na prática esportiva. “Elas estão conscientes de que são mais propensas a conseguirem a operação se disserem que [o problema] está interferindo no sexo, esporte…”, afirmou a médica.

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Os riscos de fazer uma labioplastia em meninas tão jovens, no entanto, vão além dos associados à qualquer cirurgia. Durante esse período da vida, o corpo ainda está em desenvolvimento. Por isso, ainda na adolescência, é normal os pequenos lábios parecerem maiores e salientes pelo simples fato de eles crescerem antes do todo. Depois, já na fase adulta, essa diferença de tamanho tende a sumir e uma intervenção cirúrgica pode ou ter sido desnecessária ou causar uma problema de verdade – como as indesejada assimetrias e cicatrizes.

Ainda assim, segundo a reportagem, grande parte das labioplastias na Inglaterra é feita por mulheres maiores de 18 anos. Miles Berry, um cirurgião britânico, também defende a operação. “Isso pode mudar as pessoas profundamente, o sentimento que elas têm sobre si mesmas, sua confiança e autoestima. Eu vi pacientes com idade entre 16 e 21 anos que nunca tinham tido um namorado porque elas estavam preocupadas demais sobre isso [a aparência de seus genitais]”, contou à BBC.

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