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Trajetória de Fernanda Young se cruza com a de CLAUDIA

Em seus textos em CLAUDIA, Young distribuiu cutucões necessários a inimigos, pessoas caretas e políticos

Por Bárbara dos Anjos Lima
Atualizado em 17 fev 2020, 13h53 - Publicado em 5 set 2019, 08h00

Cedo demais, no último dia 25 de agosto, a escritora Fernanda Young faleceu, com apenas 49 anos. Durante sua trajetória profissional, sua história cruzou com a de CLAUDIA.

Entre as tantas funções que Young acumulou ao longo da vida, uma em particular toca diretamente você, que lê este texto. A escritora, atriz, roteirista e apresentadora de TV também foi, entre 2006 e 2008, colunista de CLAUDIA.

No espaço chamado “Cartas de Fernanda Young”, todos os meses tínhamos um pouco da genialidade da responsável por sucessos como Os Normais, Como Aproveitar o Fim do Mundo e Minha Nada Mole Vida.

Sem medo de ser polêmica, escrevia sobre feminismo e sentimentos, sexo e política. Endereçou cartas (com críticas!) a seu grande ídolo, Madonna, e até para o Papai Noel.

A coluna de Fernanda seguia a mesma linha da sua personalidade forte, contestadora e sem meias palavras, que ficou conhecida em programas de TV que apresentou, como Saia Justa e Irritando Fernanda Young (ambos do GNT), e até em seu alter ego, Vani, personagem de Fernanda Torres em Os Normais, da TV Globo.

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Ela já “lacrava” muito antes de essa expressão surgir na internet. Em seus textos em CLAUDIA, distribuiu cutucões necessários a inimigos, pessoas caretas e políticos (“Roubem 10% menos. Não é muito, não vai fazer falta. E, daqui a quatro anos, todos seriam corresponsáveis por um fato inédito na história recente do Brasil: o país teria melhorado”, escreveu, depois das eleições de 2006).

Sobrou recadinho até para o clitóris (“Nós dois, mais do que ninguém, sabemos que fingir funciona quase da mesma forma, para efeitos práticos.”) e para o pênis (“Você não é melhor que ninguém, temos o mesmo tamanho nesta história. De fato, se você cabe em mim, sou necessariamente maior do que você.”).

Já em 2006, ela adiantava discussões importantes sobre o corpo perfeito, excesso de autocobrança feminina e sororidade, termo que entraria na moda nos anos seguintes (“Chega de se comportar assim. Como se estivesse lutando pelo posto de rainha da bateria. De Miss Maravilha do Mundo. Basta de ataques, dessa competitividade suburbana… Me faz querer usar um termo que odeio: coisa de mulherzinha. Mulherzinha é que tem essa mania de estar sempre desconfiada das amigas, porque todas teriam inveja do seu corpão e do seu cabelão estilo falso-loiro-natural- -cinco-tons.”).

Mandou recado carinhoso até para quem não gostava dela: “Eu te amo. E não seria metade do que sou sem você, juro. É seu ódio profundo que me dá forças para continuar em frente, exatamente da minha maneira”.

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Com sua precoce morte, decorrente de uma crise de asma, seguida de parada cardíaca, a multifacetada artista deixa o marido, Alexandre Machado, e quatro filhos: as gêmeas Cecília Madonna e Estela May, 19 anos; Catarina Lakshimi, 10 anos; e John Gopala, 9 anos.

Para diminuir a dor de quem fica, foquemos na sua obra, que é eterna. São dezenas de série, cerca de 14 livros e textos como o que republicamos na coluna Ponto Final.

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