Esclareça suas dúvidas sobre alimentação infantil desde os primeiros meses
Um cardápio bem variado e saudável desde cedo é fundamental para que os pequenos cresçam fortes e tenham saúde a vida toda
Na cabeça das mães, a pergunta “Será que ele está comendo direito?” é inevitável e nenhuma de nós consegue escapar. Assim como a mamãe de primeira viagem Sandy, que anda atenta com a alimentação de Theo, que acaba de completar 8 meses, você também pode criar os hábitos alimentares desde os primeiros momentos juntos. A cantora já revelou que só oferece ao pequeno alimentos naturais e orgânicos. E faz muito bem, viu? “A tarefa de controlar a alimentação das crianças começa bem cedinho e pode influenciá-las pela vida toda”, explica José Cláudio Monteiro, pediatra e diretor do Departamento de Assistência à Saúde da Prefeitura de Jaguariúna (SP). Segundo ele, em comparação com crianças que seguem uma dieta balanceada desde os primeiros meses, as obesas têm chances maiores de desenvolver doenças como diabetes e artrose na vida adulta. Confira uma série de recomendações que podem ajudá-la a melhorar a alimentação de seus filhos e garantir que eles cresçam cheios de energia e saúde!
Nos primeiros meses
A recomendação do Ministério da Saúde é clara: até os 6 meses, o bebê deve se alimentar exclusivamente de leite materno. “A amamentação é perfeita. O leite tem água, proteína, carboidrato, gordura… É tudo o que o bebê precisa para crescer com saúde”, diz Priscila Maximino, nutricionista especializada em nutrição infantil do InstitutoPensi, do Hospital Infantil Sabará, em São Paulo. Caso precise se ausentar num horário em que o pequeno normalmente mama, tire o leite com as mãos ou com uma bombinha e depois guarde-o. “Armazene num pote de vidro com tampa, lavado e esterilizado com água quente. Na geladeira, ele dura 24 horas. Já no freezer, o leite fica bom por até 30 dias”, diz.
É hora da papinha?
Saiba como e quando introduzir outros alimentos na dieta do bebê:
- Aos 6 meses, ofereça suco natural ou uma fruta amassada no intervalo entre as mamadas, uma vez ao dia. Não é preciso adoçar: a fruta já contém açúcar!
- Depois de 15 dias, passe a oferecer as frutas duas vezes por dia.
- Aos 7 meses, comece com as papinhas salgadas no almoço. Use temperos e ervas naturais, como manjericão, alho e cebola, mas em pequenas quantidades. Nessa fase, não é preciso colocar sal.
Feita em casa x industrializada
O que não falta nos supermercados são opções de papinhas prontas, mas o ideal é que elas não substituam as caseiras: “Os alimentos naturais têm mais nutrientes, enquanto as papinhas industrializadas têm muito sódio. O melhor é utilizá-las esporadicamente”, indica Monteiro.
Fez cara feia?
“Os hábitos alimentares do bebê ainda não estão definidos. Se ele cuspir ou fizer careta na hora da papinha, continue oferecendo a comida”, orienta Priscila. Dica: experimente novas formas de preparo e apresentação.
Não caiu bem…
Verifique a reação do bebê: se ele apresentar cólica, diarreia, vômito, coceira ou manchas vermelhas na pele, pode ser sinal de intolerância ou alergia. Pare de dar o alimento suspeito e procure o pediatra.
Confira o cardápio sugerido para crianças de 2 anos
Café da manhã
- 1 xícara (chá) de leite integral
- 1/2 pão francês integral
- 1 colher (café) de geleia natural
Lanche da manhã
- 1/2 manga fatiada
Almoço
- 2 colheres (sopa) de arroz integral
- 2 colheres (sopa) de feijão carioca
- 1 posta pequena de cação ensopado
- 1 colher (sopa) de acelga cozida
- 1 colher (sopa) de cenoura ralada
- 3/4 de kiwi
Lanche da tarde
- 1 iogurte de fruta com 1 colher (sobremesa) de aveia em flocos e 1 fio de mel
Jantar
- 1 batata cozida gratinada com queijo
- 2 colheres (sopa) de carne moída refogada
- 1 colher (sopa) de couve refogada
- 8 uvas itália
Lanche da noite
- 1 xícara (chá) de leite integral
O melhor é variar o cardápio!
“Quanto mais variedade no prato, menos problemas para encarar os alimentos novos elas terão”, explica Priscila. Durante a infância é importante que os pequenos se alimentem de cereais, como aveia, arroz e trigo, que dão muita energia. Prefira sempre os integrais. Eles também devem comer diariamente frutas, legumes e verduras, de preferência frescos. O leite, a carne, os ovos e os feijões, ótimas fontes de proteína, também não devem faltar no prato da criançada. Em último lugar ficam as frituras, os doces e os refrigerantes: eles devem ser ingeridos de vez em quando e com moderação. Excluir totalmente não é recomendado.
Para a criançada comer bem
- Torne a hora da refeição um momento agradável para as crianças e não as obrigue a comer demais. Se demonstrarem que estão satisfeitas, respeite.
- Leve-as ao supermercado e à feira: isso fará com que descubram novas cores, texturas e sabores. Deixe que observem e ajudem você a cozinhar. Será um ótimo estímulo para que o paladar delas se amplie.
- Sente-se à mesa com toda a família, desligue a televisão e deixe os aparelhos eletrônicos longe. Essas distrações são desnecessárias e podem atrapalhar o momento de vocês.
Longe da obesidade infantil
Dois fatores podem provocar sobrepeso nas crianças: genética e hábitos alimentares. Filhos que recebem exemplos errados à mesa acabam ingerindo mais gorduras e açúcares que o recomendado, por isso podem desenvolver a obesidade. “Muitos pais têm dificuldade para reconhecer o problema, mas somente eles podem ajudar o pequeno a viver de maneira mais saudável”, diz a nutricionista. Nesse caso, estimular as brincadeiras ao ar livre e fugir dos restaurantes fast-food fazem a diferença.
Ensine seu filho a fazer boas escolhas na hora do recreio
- Mande frutas de casa para a escola, como maçã, banana, pera, uva, morango picadinho
- Se for comprar um salgado, prefira os assados.
- Escolha os sucos naturais, em vez dos industrializados, que contêm muito açúcar.
- Mande sempre uma barrinha de cereais extra na mala dele para qualquer imprevisto.