Dieta infantil: nutricionista para crianças
Uma nutricionista consegue corrigir o cardápio da família e ensina você a fazer seu filho comer direito
É preciso impor mudanças gradativas no cardápio da criança
Foto: Getty Images
A nova moda entre as mães é convocar uma nutricionista expert em fazer as crianças comerem bem. Ela se encarrega de pôr na mesa não apenas boa comida, mas generosas porções de disciplina alimentar.
“Não olhe a chicória com cara de nojo.” “Vamos experimentar a comida com boa vontade.” Essas frases são corriqueiras no plano de educação alimentar proposto pela nutricionista carioca Tania Bottino. Ela acredita que falar de maneira firme impõe respeito na hora das refeições – e toda criança precisa de limites. “Desde bebês, os pequenos usam a comida como forma de manipulação. E as mães andam tão atarefadas ou culpadas que cedem com facilidade. É preciso pôr ordem na bagunça e destinar tempo a ensinar a comer”, diz ela.
Especialista em alimentação infantil há mais de uma década, ganhou da clientela o apelido de Supernanny das Dietas por dar consultas em domicílio. Na casa dos miniclientes, ela pesa e mede os pequenos, verifica o resultado de exames médicos e ouve, da mãe, reclamações e desejos – se necessário, vai junto ao supermercado. Nas consultas, ensina mães, avós e babás em desespero de causa a driblar eventuais birras e evitar que a mesa de refeições se transforme num campo de batalha.
A carioca Aline Bieites, convocou Tania para solucionar diferentes dilemas a respeito de nutrição infantil. As lições que essa mãe aprendeu pode ajudar você na sua casa. Confira:
Mãe de Laura, 10 anos, a psicóloga Aline Bieites se preocupava com as altas taxas de colesterol e triglicérides da filha. “Ela comia batata frita e macarrão quase todos os dias e não aceitava provar alimentos mais saudáveis”, conta. Tania impôs mudanças gradativas no cardápio. O segredo foi fazer substituições saborosas e reduzir quantidades. “O achocolatado comum foi trocado pelo light. Criamos um caderno de notas e o cardápio contemplou os alimentos de que ela gostava mais”, diz Tania.
Na primeira semana, Laura resmungou diante de salada de alface, legumes refogados e arroz com feijão. Com a insistência da mãe e o reforço de Tania, que explicou à menina a importância de cuidar da saúde, brócolis, espinafre e couve-flor mereceram, da parte de Laura, nota 8 logo depois da terceira semana. Para que não ficasse desestimulada, o fim de semana foi liberado. Hoje, ela troca com gosto os doces por melancia.
Reclamação da mãe em apuros – Altas taxas de colesterol e triglicérides e sobrepeso.
Diagnóstico da nutricionista – Criança na faixa de obesidade, alimentação incorreta e autoestima comprometida.
Plano de ação – Dieta, exercícios e incentivo para provar novos alimentos.
Reação de Laura – Na primeira semana, reclamava que a comida estava sem graça. No primeiro dia de cardápio novo, comeu espinafre com cara de nojo. Duas semanas depois, começou a gostar e aderiu de vez aos novos alimentos.
Resultados (dez meses de tratamento) – Perdeu 4 quilos, cresceu 5 centímetros e ganhou mais disposição. A taxa de colesterol baixou de 253 para 157 miligramas. “Ela comia batata frita e macarrão quase todos os dias e não aceitava provar alimentos mais saudáveis”