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Cursos x brincadeiras: saiba como ocupar o tempo livre dos seus filhos

Especialista revela a idade ideal para que as crianças comecem a ter uma agenda repleta de atividades. Confira!

Por Suzana Lakatos (colaboradora)
Atualizado em 28 out 2016, 01h29 - Publicado em 19 set 2013, 22h00

O desafio é equilibrar a balança, alternando vivências dirigidas com momentos de espontaneidade
Foto: Getty Images

“Meu filho de 4 anos freqüenta a escola pela manhã. Já devo colocá-lo em cursos de idiomas e futebol ou deixá-lo com mais tempo livre?”

 
Hoje, muitos pais estão preocupados em preparar desde cedo suas crianças para um mercado de trabalho altamente competitivo. A crença é de que isso se faz aprimorando competências e de que, quanto mais cedo elas forem oferecidas, mais bem preparados os filhos estarão para o futuro. Nessa corrida para o sucesso, os pequenos acabam precocemente sobrecarregados com tarefas e compromissos. São adultos em miniatura. O risco é que os resultados sejam opostos ao esperado. Em vez de permitir a formação de alguém empreendedor e cheio de iniciativa, uma agenda rígida e o extremo direcionamento dessas atividades – em que sempre há um adulto por perto dizendo o que deve ser feito e como – geram pessoas com dificuldade para lidar com a própria individualidade, acostumadas a obedecer e sem flexibilidade para lidar com os imprevistos.
 
Até os 6 anos, os pequenos estruturam a base da sua personalidade. O desenvolvimento afetivo deles nessa etapa norteará o tipo de pessoa em que se transformarão. A partir dos 2 anos, precisarão aprender a superar sentimentos de perda (como a percepção de não ser mais um bebê que pode tudo). Também têm o desafio de firmar a individualidade e começar a lidar com as regras. A brincadeira é a forma como exercitam essas lições. Mas o papel privilegiado do brincar não implica que alguém em idade pré-escolar deva viver no playground. A total falta de compromissos também é prejudicial, pois submete a criança a uma realidade artificial, que não contribui para sua formação. O desafio é equilibrar a balança, alternando vivências dirigidas com momentos de espontaneidade.
 
Faz parte desse equilíbrio buscar uma boa escola de educação infantil, capaz de oferecer um leque diversificado de atividades, com aulas de música, dança, artes, esportes, idiomas, culinária, além de espaço para brincadeiras coletivas e ao ar livre. Tudo isso no horário das aulas e conduzido de forma lúdica. Não se espera, por exemplo, que ela aprenda a ler uma partitura nas aulas de música, mas que desenvolva noções de ritmo, de tempo e de comportamentos adequados.
 
Paralelamente, em casa, o ideal é que tenha tempo para organizar sozinha as próprias atividades, com a participação ou não dos pais e de amigos da mesma idade. É nessas ocasiões que ela vai soltar a imaginação e a fantasia. À medida que brinca, desenha ou inventa enredos mirabolantes, aumenta sua compreensão de como o mundo funciona e da lógica das normas sociais. Essa organização interior é o grande ganho dessa fase e não há motivo para prejudicá-la em nome do futuro. A partir dos 7 ou 8 anos, seu filho estará pronto para escolher com você os cursos que lhe interessam. Mas, aí, contando com a segurança e a autonomia de alguém que já compreende, ao menos em parte, o mundo que o rodeia e seu papel nele.
 
 
Mônica Cintrão, professora de psicologia do desenvolvimento dos cursos de psicologia e de pedagogia da Unip, em São Paulo

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