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Elas têm uma sugestão para tornar o debate político mais leve

O 'Fast Food da Política' quer promover o debate por meio de jogos. Em seu novo projeto, a ideia é focar no envolvimento das mulheres na política.

Por Giovana Feix
Atualizado em 21 jan 2020, 01h35 - Publicado em 24 nov 2016, 20h06

Há cerca de dois anos a designer Júlia Carvalho se viu na mesma situação em que muitos brasileiros se encontram agora: em meio a uma “disputa” entre discursos políticos opostos. “Ela pensou: ‘será que não conseguimos discutir política sem apanhar?'”, conta Bárbara Côrtes, cientista social e hoje parceira de Júlia na organização ‘Fast Food da Política‘.

Em seu trabalho de conclusão de curso, a designer já tinha desenvolvido algo bastante inovador: “era um jogo para falar sobre questões políticas”, conta sua amiga. “Mas era mais longo, mais complexo”. No momento exato em que teve a ideia da Fast Food, a jovem estava literalmente no meio dessa “luta” entre discursos ideológicos – em uma manifestação pró-impeachment, em Brasília. Ali, ela percebeu que sua área de atuação poderia incentivar de forma bastante direta as pessoas a conversarem e aprenderem mais sobre política.

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A Fast Food começou com protótipos que, por meio de financiamento coletivo, foram se transformando em realidade. “A grande sacada foi criar dinâmicas rápidas, nas quais as pessoas chegam e se envolvem na hora, mesmo”, explica Bárbara. “Às vezes, a galera está defendendo as coisas sem saber do que se trata. E a gente procura mudar essa realidade”.

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Ao longo do tempo, o projeto foi crescendo e recebendo apoio de várias instituições. Hoje, os jogos são contemplados principalmente por dois editais, um da Prefeitura de São Paulo, o “Governo Aberto”, e outro da Fundação Arymax.

A casa das seis mulheres

Composto por seis pessoas – além de cinco parceiras e apoiadoras eventuais -, o grupo é bastante diversificado em termos de formação, contando com designers, cientistas sociais, advogadas e até mesmo engenheiras. O que todas têm em comum, porém, é o fato de serem mulheres.

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ontem teve Jogos da Mobilidade no @ogangorra, com o @Idec discutimos territorialidade, decretos da mobilidade, planos de governo e aprendemos quem são os órgãos responsáveis pela mobilidade em sp, e como ela tem andado, ou não, ultimamente 😉 nosso próximo playtest é sexta no CCJ, vem com a gente?

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“Sermos uma organização composta por mulheres tem impacto nas nossas vidas práticas”, conta Bárbara. “Muitas vezes, as pessoas olham para a Fast Food e pensam: ‘é coisa para criança’, nos atribuindo uma espécie de maternalidade”. Não é o caso: apesar de contemplarem todas as faixas etárias, os jogos bolados pelas moças são focados nos adultos.

“É interessante, porque, quando jogam, as pessoas começam a perceber que ninguém entende nada – até mesmo nós, das ciências sociais, ou então jornalistas”, revela. A proposta da organização é desmistificar as regras do sistema político nacional, através da linguagem acessível dessa “brincadeira”.

Fast Food da Política – ‘Molho Especial’

Atualmente com uma campanha de financiamento coletivo no Catarse, as jovens procuram apoio para construir um novo projeto: o ‘Fast Food da Política – Molho Especial‘, com jogos específicos para discutir o envolvimento das mulheres na política institucional.

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Há mais ou menos um ano, elas começaram a desenvolvê-los. “O que já percebemos ao aplicar os protótipos do Molho é que muita gente, por exemplo, achava que não conhecia candidatas mulheres porque elas não existiam”, observa Bárbara. “O Jogo das Vozes mostra com dados reais a falta de investimento dos partidos nas candidatas mulheres – de todos os partidos! Elas não são visíveis”.

Os jogos duram cerca de 10 minutos cada e são cinco no total: o Jogo das Vozes, o Queda do Patriarcado, o Mulheres no Poder, o Feminismo Indefinido e o Direitos e Silêncios.

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“É muito mais rápido o processo de entendimento do que parece”, orgulha-se Bárbara. “Nós queremos quebrar essa coisa da bolha. Com a questão de gênero, especificamente, queremos mostrar que isso vai além da dicotomia partidária: existe machismo nos ‘dois lados’. E, como nós jogamos na rua, vem todo mundo, todo tipo de gente”.

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Para apresentar (e jogar) as novidades junto ao público, a Fast Food vai promover uma jogatina no próximo domingo (27), na Avenida Paulista.

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O financiamento coletivo do ‘Molho Especial’, por sua vez, vai até o dia 4 de dezembro. Até lá, as meninas precisam arrecadar cerca de 20 mil reais. Com a verba, planejam desenvolver oficialmente os jogos, disponibilizá-los para impressão na internet, produzir manuais e realizar eventos para jogar com a população.

A política é um jogo“, provoca Bárbara. “Se você não fizer as regras, alguém vai fazer por você“. Que tal entender, de forma lúdica e (por que não?) divertida, essa dinâmica com as meninas do Molho Especial? 

 

 

 

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