Comediante americana revela estupro e abusos cometidos por ex em corajoso post no Instagram
Beth Stelling faz desabafo para encorajar outras mulheres a falar.
Acostumada a fazer graça de sua vida em seus shows de stand up, a comediante norte-americana Beth Stelling não estava sendo totalmente honesta sobre a sua vida pessoal. Por medo do que as pessoas iriam pensar, ela vinha escondendo que, durante um tempo, esteve em um relacionamento abusivo.
E não foi só isso! Ela não conseguia dar um basta e continuou nesse namoro por dois meses mais após ser estuprada, sofrer agressões físicas e verbais de seu abusador. Agora não mais!
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Depois de colocar um fim a essa situação, Beth resolveu contar a sua história – com muita coragem – no Instagram. Em um emocionante post, no qual ela também mostra algumas imagens da violência sofrida, a comediante revelou momentos que passou e o que sentiu, para que outras mulheres com o mesmo problema não guardem mais isso para si.
Leia o texto traduzido na íntegra (vale muito a pena!):
“A mesma garota em todas essas fotos (eu). Tive um ano incrível e vocês viram as melhores partes aqui [no Instagram], então, essas imagens são algo incomum de compartilhar, mas não um problema incomum. Você pode até se sentir desconfortável, porém continue a ler, vou chegar lá. Existem muitos motivos para não tornar um relacionamento abusivo algo público, o principal deles é o medo. Medo do que as pessoas vão pensar, medo de parecer fraca e antiprofisisonal.
Depois de ser verbalmente, fisicamente abusada e estuprada, eu fiquei com ele mais dois meses. Não é simples.
Quando eu terminei com meu ex neste verão, não era por que eu não o amava, foi por causa disto. E eu recaí e entrei em contato com ele com assuntos que não deveria, mas não tem um jeito melhor para tratar disto. Quando amigos ou a imprensa perguntam por que nós terminamos não é fácil responder; não é a coisa mais apropriada para se dizer num show de comédia stand up, numa festa ou em um casamento. É embaraçoso. Me sinto estúpida. Depois de ser verbalmente, fisicamente abusada e estuprada, eu fiquei com ele mais dois meses. Não é simples.
Depois que eu terminei, ele disse, “você é tão aberta e honesta no seu show de stand up, e eu só peço que você pense em mim quando for falar de seu ex porque todo mundo vai saber sobre quem você está falando”. E eu respeitei. Escrevi piadas vagas porque nós dois moramos em Los Angeles e eu não queria machucá-lo, começar uma guerra, dar queixa, ser interrogada ou assediada por ele ou pelos amigos dele ou pela família dele. Eu queria seguir em frente e esquecer porque eu não entendia. Eu não quero vingança ou machucá-lo agora, mas não é saudável continuar com isso dentro de mim porque meu show de comédia é sobre minha vida. É assim que eu vivo. Meu lado pessoal é meu lado profissional. É assim que eu sempre fui; eu faço da tragédia, riso.
Então, agora, eu estou me libertando dessa parte da minha história. Não é só minha história, por favor, não “deixe estar”. Se você mora em Los Angeles, você provavelmente já ouviu minhas piadas sobre isso e eu pergunto se você tem coragem de escutar e aceitar isso porque eu estou tentando. Desde que comecei a falar disso no palco, muitas mulheres vieram até mim pedir para que eu continuasse. Homens mostraram solidariedade.
Uma ex-namorada do meu ex me contou que ela passou pela mesma coisa. E aí tem outra e outra (homem e mulher) que compartilham injustiças como essa…”
Se você ou outra conhecida estiver precisando de ajuda, ligue para o 180, Central de Atendimento à Mulher.