Coluna da Cynthia de Almeida: “Cheguei atrasada no trabalho. Devo entrar em detalhes pessoais na justificativa?”
Nossa consultora de carreira, Cynthia de Almeida esclarece: sinceridade ou sincericídio?
Cheguei atrasada para um compromisso de trabalho e me justifiquei com a minha chefe sendo sincera: eu tive uma briga com o meu marido na hora de sair de casa e perdi a hora. Fiz mal em falar a verdade?
A questão aqui não é falar a verdade ou mentir. O que você precisa saber é o grau de intimidade que tem com seus superiores ou mesmo com colegas de trabalho para dividir suas questões pessoais. É importante definir o quanto quer se expor e principalmente, o quanto seu chefe, homem ou mulher, quer realmente saber sobre assuntos que não dizem respeito ao trabalho.
A maioria das mulheres, seja para se desculpar por um atraso ou para pedir licença para se ausentar por qualquer razão, acredita que precisa entrar em detalhes: “tenho que sair mais cedo hoje porque minha depiladora só tinha este horário e eu vou para a praia neste fim de semana”; “cheguei tarde porque derrubei geléia na blusa que eu estava vestindo e não consegui achar outra que combinasse com a minha saia” ou “meu filho esqueceu a mochila e tivemos que voltar para casa para buscá-la”. Tudo verdade, mas, quem realmente se importa com elas além de você?
A maioria das explicações da categoria perrengues cotidianos pode ser substituída por: “Tive um imprevisto na hora de sair, me desculpe”. Ou, “Preciso sair hoje mais cedo para resolver uma questão pessoal”. Se as desculpas ou ausências não são recorrentes e não tiverem conseqüências graves não há necessidade de constranger seu interlocutor com “verdades” embaraçosas. A não ser que a sua história renda uma piada divertida e ajude a descontrair o ambiente, é mais importante recuperar o tempo perdido do que cometer sincericídios dispensáveis.