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Chupeta e paninho: até quando esses objetos devem fazer parte da vida do bebê?

Objetos como chupeta e paninho oferecem o apoio emocional de que a criança precisa, mas não devem fazer parte de um longo período da vida do pequeno. Aprenda a tirá-los de cena sem traumas

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 28 out 2016, 07h16 - Publicado em 28 nov 2011, 22h00
Reportagem: Thais Szegö - Edição: MdeMulher
Reportagem: Thais Szegö - Edição: MdeMulher (/)
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“A chupeta é o que mais preocupa, pois, a partir do segundo ano, torna-se prejudicial à formação da face, à respiração, à dentição e à fala”, alerta a pediatra Raquel Quiles
Foto: Getty Images

 

“A chupeta, o paninho, uma almofada ou qualquer coisa à qual o bebê se apegue representam a segurança e o colo da mãe quando ela está ausente”, explica a psicóloga Cecília Zylberstajn, de São Paulo. Esses eleitos são chamados pelos psicólogos de objetos transicionais e ajudam o pequeno a lidar com a descoberta de que ele e a mãe não são inseparáveis. É verdade que algumas crianças simplesmente não elegem nenhum companheiro inseparável. Mas, se o seu bebê é do time que adora um paninho ou chupeta, relaxe. Com pequenas atitudes, você consegue ajudá-lo a deixar de lado estes objetos. “A família precisa entender e aceitar que é normal e saudável a ligação do bebê com um objeto externo ou mesmo com uma parte do próprio corpo. Ela acontece por uma necessidade da criança e independe da vontade dos adultos”, diz a psicóloga Cynthia Boscovich, de São Paulo.

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Descubra o momento ideal

Mas até quando vai essa ligação? “A partir do segundo ano, muitas crianças desistem naturalmente desses apegos”, afirma Cynthia. Os sinais são redução no uso e desinteresse pelo objeto. “Nessa fase, o bebê está mais maduro e já consegue expressar suas carências de outras maneiras, comunicando-as em palavras, por exemplo”, explica a psicóloga Isabel Khan.

É também nessa idade que a maioria das crianças amplia o círculo de convivência e nota se os amiguinhos e pessoas à sua volta começam a estranhar o fato de ela ainda usar chupeta ou andar com um paninho a tiracolo. Isso faz com que ela tome a iniciativa de deixá-los de lado. “A chupeta é o que mais preocupa, pois, a partir do segundo ano, torna-se prejudicial à formação da face, à respiração, à dentição e à fala”, alerta a pediatra Raquel Quiles. Mesmo assim, emocionalmente, não dá para suprimi-la da vida do pequeno de uma hora para outra. E lembre: nunca faça essa retirada em momentos de instabilidade da criança ou da família, como a chegada de um irmão, a entrada na escola, uma mudança de casa, a morte de alguém querido ou conflito entre os pais.

Desse jeito, não!

Mesmo que seu filho tenha dado sinais de que não quer mais a chupeta ou o paninho, é preciso conduzir a transição com bom senso. “É errado, por exemplo, começar a chamar a chupeta de ‘caca’, se até recentemente ela era oferecida o tempo todo pelos próprios pais”, avisa Raquel. Esse desligamento deve ser gradual. Do contrário, gera muita ansiedade, pois o bebê de repente vai se sentir privado do único recurso que conhece para se acalmar. “Além disso, se ele não estiver realmente pronto para ficar sem aquele item que oferecia segurança, a tendência é que eleja outro objeto para transferir seu apego”, alerta Cynthia. Propor trocas e oferecer recompensas pelo eleito do seu filho também não funciona.

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A receita que dá certo

Faça a retirada gradativamente. “Se o filho deixa o paninho de lado na hora de dormir, a mãe deve elogiá-lo e premiá-lo com uma demonstração qualquer de afeto”, ensina a psicóloga Cecília Zylberstajn, de São Paulo. A compensação é uma linguagem que o pequeno entende e o ajuda a sentir-se seguro. “O desafio não é retirar o objeto, mas fazer com que a criança não precise dele”, afirma ela.

Comemore os avanços, mas resista à tentação de se desfazer de imediato da chupeta ou do paninho esgarçado ao qual seu filho se ligou. Mesmo que ele passe um bom período sem pedi-los, guarde-os fora de vista por dois ou três meses. Em situações que causam angústia ou quando não está suficientemente maduro para se despedir desses objetos, pode acontecer de o bebê voltar a solicitá-los depois de um tempo. Significa que eles ainda são uma fonte de segurança importante para ele.

Se você não consegue consolar o pequeno de outra maneira, restitua o eleito e prepare-se para tentar novamente dentro de alguns meses. Mas cuidado: nada de tomar você a iniciativa de oferecer a chupeta de volta em um momento em que a criança esteja chorosa ou insegura. “Não dá para transformar o objeto em uma saída fácil para fazer o bebê ficar quieto. Se o filho choraminga porque quer atenção, o ideal é conversar com ele, tentar descobrir o que o incomoda e dar o carinho de que ele necessita”, ensina Isabel.

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Sinais de alerta

Em qualquer situação, ficar de olho nos sinais que o filho emite é o único jeito de saber se o objeto está cumprindo um papel positivo no desenvolvimento dele ou se é indício de alguma dificuldade. “Um bebê que lança mão deles o tempo inteiro, mesmo em um momento descontraído, como quando está brincando, provavelmente sente-se inseguro”, aponta Isabel. Embora não exista uma idade certa ou errada para tirar esses objetos queridos de circulação – cada pequeno tem o próprio ritmo -, demoras excessivas são preocupantes. “Uma criança com mais de 5 anos que ainda não conseguiu se desfazer da chupeta ou do paninho pode estar com algum problema mais sério, com ela ou com o ambiente”, diz Isabel. Nesses casos, um psicólogo infantil pode ajudar.
 

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