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Cama já: ‘Tornaremos o mundo melhor se dormimos mais’

Pesquisas comprovam que diminuir o ritmo da jornada de trabalho e dormir de sete a nove horas por noite ajuda o cérebro 'remover' produtos tóxicos causadores de doenças e melhora sua produtividade.

Por Cynthia de Almeida
Atualizado em 31 out 2016, 11h31 - Publicado em 14 jul 2014, 22h00

Foto: Michael Jung/Thinkstock/Getty Images

O dia mais improdutivo do mundo é o primeiro dia do horário de verão. Nessa data, que acontece em diferentes ocasiões em diversos lugares do mundo, as pessoas tendem a se comportar de maneira dispersiva e a navegar de forma errática pela internet. Essa é a conclusão de um recente estudo de neuropsicologia desenvolvido pela Singapore Management School, em Cingapura. O gatilho da uma horinha a menos de sono nessa noite é uma rara oportunidade para avaliar uma reação difícil de ser mensurada coletivamente. É também uma pequena amostra de um comportamento que tem se alastrado de forma insidiosa na sociedade contemporânea: estamos trabalhando em excesso e vivendo em estado de privação de sono. E, com perdão do trocadilho, dormindo no ponto sobre a gravidade do assunto.

Diferentemente de outros distúrbios, como os alimentares ou a dependência de drogas, dormir pouco não é malvisto socialmente. É algo até aclamado: quantas de nós não se gabam de dormir apenas cinco ou seis horas por noite? Enchemos a boca para contar que conseguimos trabalhar das 8 às 8, jantar fora, assistir a dois episódios de House of Cards e acordar às 6 para correr ou jogar tênis. Soa familiar? Como o tempo não estica, quem encolhe é o nosso sono. Para avaliar o que acontece com o cérebro obrigado ao superfuncionamento sem a pausa adequada, pense na última noite em que ficou sem dormir. Como foi o dia seguinte? Mesmo turbinado por cafezinhos, nada produtivo, certo? Parecia difícil focar, manter a atenção, reter informações, aprender, criar… Também ficamos comprovadamente mais pessimistas e menos sociáveis. O que era considerado um problema restrito à privação total e pontual passou a ser analisado na perspectiva da rotina.

Novas pesquisas mostram que duas semanas ao ritmo de seis horas por noite têm o mesmo impacto do que uma ou duas noites inteiramente insones. Segundo relatório da organização americana National Sleep Foundation, 80% dos adultos que trabalham sofrem de alguma privação de sono. Em média, dormimos duas horas a menos do que há um século e 38 minutos a menos do que dez anos atrás. Portanto, estamos, orgulhosamente, nos tornando um batalhão de zumbis com percepção e capacidade de avaliação alteradas.

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Uma série de estudos desenvolvidos pela bióloga dinamarquesa Maiken Nedersgaard na Universidade de Rochester, nos Estados Unidos, mostra que nosso cérebro precisa de uma “faxina” diária – e requer de sete a nove horas para “remover” os produtos tóxicos (como a proteína beta-amyloid, associada a doenças como o mal de Alzheimer e o de Parkinson) acumulados pelo sistema nervoso desperto. O cérebro está capacitado a recuperar privações eventuais e fazer sua limpeza depois de uma ou duas noites maldormidas. Quando isso se torna rotina, a “sujeira” se acumula e o resultado pode ser devastador. Uma pesquisa ainda inédita da Universidade da Pensilvânia aponta para a degeneração neuronal.

A questão é mais grave para as mulheres, que acumulam tarefas e jornadas e estão convencidas de que podem trapacear a natureza. Pois não se enganem e tratem de ir para a cama mais cedo. Como prega sabiamente a jornalista e publisher greco-americana Arianna Huffington, entrevistada com exclusividade por CLAUDIA o a autora de Thrive (livro previsto para ser lançado por aqui em agosto), tornaremos o mundo melhor se dormirmos mais

Cynthia de Almeida é jornalista e estudiosa do comportamento feminino.

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