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Brasil tem uma das 15 maiores diferenças salariais entre gêneros

Nesse sentido, estamos piores do que o Iêmen e a Arábia Saudita.

Por Luiza Belloni, do HuffPost Brasil
Atualizado em 21 jan 2020, 03h11 - Publicado em 26 out 2016, 15h05
Foto: Todd Warnock/Thinkstock/Getty Images (/)
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O Brasil é um 15 países com maior disparidade salarial entre homens e mulheres, de acordo com o Relatório de Desigualdade Global de Gênero 2016, publicado nesta quarta-feira (26) pelo Fórum Econômico Mundial.

Em termos de igualdade salarial, o País está na 129ª posição entre os 144 países pesquisados e fica atrás de regiões criticadas por violações aos direitos das mulheres, como o Iêmen (79º), Paquistão (114º) e Arábia Saudita (109º). Segundo o relatório, se o atual ritmo de progresso for mantido, o Brasil levará 104 anos para igualar as remunerações de homens e mulheres que exercem as mesmas funções – tempo abaixo da média global de 170 anos, mas ainda considerado bem alto.

Na 129ª posição, o Brasil também fica atrás dos vizinhos sul-americanos. A Argentina aparece na 126ª posição, a Colômbia no 102º lugar, Uruguai na 112ª posição e Venezuela, na 69ª posição.

No mundo, o ‘gap salarial’ ainda é gigantesco. Em média, as mulheres ganham pouco mais da metade que os homens ganham, apesar de trabalharem mais horas, considerando o trabalho remunerado e não remunerado (doméstico, por exemplo). Outro ponto preocupante apontado pelo estudo é a participação das mulheres na força de trabalho, com média global estagnada em 54%, enquanto a participação dos homens é de 81%.

O número de mulheres em cargos altos e de chefia também se mantiveram baixos. Apenas quatro países no mundo têm números iguais de políticos, oficiais de alto escalão e executivos homens e mulheres. Neste quesito, o Brasil está em 33º lugar.

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Além da participação e oportunidades das mulheres na economia, o relatório analisa mais três áreas: acesso à educação, saúde e sobrevivência e empoderamento político. Nelas, o Brasil se destaca em saúde e sobrevivência, ficando na primeira colocação, com ótimos níveis de sobrevivência de meninas desde o nascimento e expectativa de vida de 68 anos. Na educação, o Brasil está na 42ª posição e, no empoderamento político, na 86ª colocação. Se contar o número de mulheres no parlamento, o Brasil cai para a 120ª posição.

No ranking geral, no qual somam-se todos os quesitos, o Brasil aparece na 79ª posição, o que representa uma queda de 12 posições em relação a 2006. Isso significa que, ao longo dos dez anos, o Brasil aumentou ainda mais a disparidade entre homens e mulheres, sobretudo na área de participação e oportunidades das mulheres na economia, na qual despencou do 63º lugar para o 91º. Na educação, o Brasil avançou do 74º lugar para o 42º, entre 2006 e 2016, e se manteve nas áreas de saúde e empoderamento político.

Países mais igualitários

Na contramão do Iêmen, Paquistão, Síria, Arábia Saudita, Chade, Irã, Marrocos, Jordânia, entre outros, a Islândia, Finlândia e Noruega encabeçam a lista dos países que mais tratam homens e mulheres iguais.

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Mesmo considerado um dos países que mais combatem a desigualdade de gênero, a Irlanda foi palco de um protesto por equiparação salarial na última segunda-feira (24). Milhares de mulheres deixaram seus postos de trabalho pontualmente às 14h38 e se reuniram na praça Austurvöllur, na capital do país, Reykjavík, para exigirem o fim das diferenças salariais. Estudos apontam que as irlandesas ganham, em média, 17% a menos do que os homens

De acordo com o relatório, os países mais igualitários em termos de gênero são: Islândia, Finlândia, Noruega, Suécia, Ruanda, Irlanda, Filipinas, Eslovênia, Nova Zelândia e Nicarágua.

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