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As mudanças que acontecem quando viramos avós

Ser avó é ter amor em dobro, mas sem admitir todas as responsabilidades que os pais têm

Por Susana Vieira (colunista)
Atualizado em 14 jan 2020, 22h28 - Publicado em 21 jan 2015, 09h20
Thinkstock/Getty Images (/)
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Vira e mexe, me perguntam sobre o que mudou na minha vida depois que me tornei avó… Sabe o que respondo? Ganhei novas pessoas para amar! Os netos vêm ao mundo e são um sinal de que as coisas deram certo para nossos filhos. É gratificante demais ver que a família cresceu! De resto, pouca coisa mudou na minha rotina. Ser avó não é mais como era antes… Não digo que seja ruim ser aquela senhora de cabelo branco, sentada na cadeira de balanço, que passa o dia tricotando à espera dos netos, mas a realidade é outra. Nós, avós da atualidade, trabalhamos, nos arrumamos, saímos para jantar e dançar, namoramos… E deve ser isso mesmo: neto não é filho, é responsabilidade dos nossos filhos. Óbvio que milhares de avós fazem papel de mãe por necessidade, mas não é justo jogar as expectativas de felicidade no fato de ter se tornado avó. Merecemos ter várias fontes de satisfação e alegria.

Mas não estou julgando ninguém, não… É que cada família cria uma relação diferente. Não existe uma regra a ser seguida. Eu mesma não vi meus netos crescerem dia a dia, porque eles sempre moraram nos Estados Unidos. Aprendi a amá-los à distância e a curti-los muito quando estamos juntos. A melhor parte é que nos encontramos nas férias, quando todos estão relaxados. Aí faço tudo o que vocês podem imaginar com eles. A diversão é garantida!

Procuro passar valores, como respeito, não com conselhos, mas pelo meu exemplo de vida

Mas comigo não tem essa de que os avós só servem para estragar os netos. Sou disciplinadora e chamo a atenção deles quando vejo algo errado. Agora, o papel de educar é dos pais! Procuro passar valores – como bom caráter, disciplina e respeito – não com conselhos, mas pelo meu exemplo de vida, mostrando que uma pessoa honesta ganha a vida trabalhando, que às vezes temos que abrir mão de coisas de que gostamos para conquistar outras, que precisamos valorizar o que já temos.

Me preocupo ainda em abrir os olhos das novas gerações sobre o perigo do consumismo exagerado, desse modismo de grifes, que em nada acrescentam e deixam os jovens cada vez mais distantes da realidade. Precisamos estar atentos ao desperdício, à falta de cuidado com a natureza, com o próximo e com a vida. É nosso papel, como mais experientes, resgatar e manter viva a noção de generosidade. Porque aprendemos com as novas gerações, mas ainda temos muito mais a ensinar. Pode apostar!

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PS: Não fique triste se seus netos não aparecem com a frequência que gostaria. O olhar de carinho que eles lançam a você quando estão juntos é o que importa. Aproveite esses momentos!

Um beijo bem grande,

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