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As maiores queixas femininas sobre sexo

Especialistas comentam as causas das principais angústias e reclamações das brasileiras na cama e dão dicas para ajudar a superar o problema.

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 27 out 2016, 19h47 - Publicado em 26 set 2013, 22h00
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A ciência já provou: uma vida sexual feliz traz benefícios para a saúde, a pele, o cabelo, a cabeça e o humor. Ainda bem que as mulheres estão cada vez mais empenhadas em melhorar a qualidade do que acontece no quarto delas. Em vez de engolir as insatisfações, elas agora vão à luta para tirar dúvidas, livrar-se de angústias e buscar soluções práticas. Tanto que leem mais sobre sexo e, se acharem que precisam, não hesitam em procurar um especialista. Para levantar e analisar as queixas das brasileiras na intimidade, consultamos experts de três importantes centros de estudo e atendimento: o Ambulatório de Sexologia do Centro Integral da Saúde da Mulher da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o Projeto Afrodite, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), e o Instituto Ceorvi – Centro de Educação e Orientação em Relações de Vida, em Porto Alegre.

Dificuldade para atingir o orgasmo

Um terço das brasileiras nunca chegou lá. As causas podem ser emocionais, culturais, até físicas, como deficiência hormonal e diabetes. Mas uma das razões mais comuns é o desconhecimento do próprio corpo. “O prazer sexual não é instintivo, tem de ser aprendido”, diz Nilva Ferreira de Andrade, responsável pelo Ambulatório de Sexologia da Unicamp. Boa parte das mulheres só alcança o clímax com estimulação clitoridiana, não vaginal – daí a dificuldade de muitas em conseguir só com penetração. Apenas quem conhece o que funciona para si, e com quais carícias, pode mostrar ao parceiro o que fazer na cama. Outra hipótese para a queixa é uma nada rara dificuldade para reconhecer o orgasmo. “Há uma apologia, o que cria ilusões”, afirma Nilva.”É uma resposta involuntária do corpo, com contrações musculares que duram até dez segundos.”

Preliminares muito rápidas

O descompasso é clássico. Eles almejam a penetração desde o primeiro beijo e elas querem carinhos caprichados e prolongados. Para entender as razões desse desencontro, é preciso considerar que o maior medo masculino na hora H é perder a ereção – a disfunção erétil é o que mais leva os homens a procurar ajuda. Assim, eles encaram como um risco preliminares demoradas. Já as mulheres veem essa etapa da transa como um aquecimento prazeroso e necessário. “Pesquisas mostram que elas demoram até 15 minutos a mais do que o parceiro para se sentirem prontas para a penetração”, explica a psicóloga Lucia Pesca, coordenadora do Instituto Ceorvi. A melhor maneira de contornar essas diferenças, segundo os especialistas, é tornar a fase inicial das transas mais interessante também para eles. “Nesse sentido, fazer sexo oral, por exemplo, é uma boa medida”, afirma Nilva, da Unicamp.

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Falta de criatividade

A expectativa é de que ele tire da cartola novas posições e carícias, outros locais, situações diferentes, mais e mais ideias excitantes. Mas as mulheres reclamam que o script na cama é sempre igual. Ocorre que, em geral, os homens acham que está tudo bem até ouvirem o contrário. Mas, se a respectiva parceira se arrisca a dizer algo, eles nem sempre veem a reivindicação por novidade como algo positivo. “Quando, na busca por mais prazer, a mulher pede ‘atualizações’ na transa, muitos ainda entendem isso como um sinal de que não são suficientemente bons de cama ou não sabem mais satisfazê-la”, analisa Lucia, do Instituto Ceorvi. Para evitar mal-entendidos, a dica é prestar atenção no tom dos pedidos – que não podem parecer reclamação, crítica ou julgamento ao desempenho dele. Uma saída é cavar novidades sem pedir nada diretamente. “Insinuar e sugerir são os melhores meios”, opina a expert. Principalmente se o parceiro tem perfil conservador. Vale contar um sonho erótico, uma fantasia ou mostrar e ver com ele imagens ousadas. É um caminho um pouco mais longo, mas dá certo.

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Foto: Christian Parente

Ele só pensa em transar

Frequentemente, mulheres em relacionamentos longos reclamam que o marido só se aproxima e dá um beijo ou faz carinho quando quer sexo. Nesse caso, os especialistas sugerem que se faça uma autoavaliação. “Normalmente, depois de ter filhos, a mulher deixa de cuidar da vida sexual do casal, que vai perdendo a intimidade”, afirma Nilva, da Unicamp. Com o afastamento, os parceiros podem perder seus referenciais e começar a interpretar de forma equivocada os atos do outro. “Às vezes, o homem só quer atenção, um carinho mesmo, e é logo renegado, porque seu gesto é lido como um convite para o sexo”, pondera Nilva. O importante é a mulher ter cuidado para, com essa atitude, não reprimir as manifestações de afeto do marido, ainda que não consiga retribuí-las – e, se isso já está em vias de extinção na relação, arregaçar já as mangas para reverter o quadro. Como? Não tem mágica: é preciso criar momentos agradáveis no dia a dia, em que a pretensão não seja sexo. Ver um filme juntos, sem as crianças, fazer um jantar só para os dois, apenas conversar… Tudo isso dá frutos também na cama.

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Falta de interesse por relações sexuais

O ritmo de vida costuma ser o maior inibidor do desejo quando alterações hormonais, como as que, em geral, acontecem na gravidez, amamentação, climatério e menopausa, já foram descartadas. As exigências profissionais, os cuidados com os filhos, as tarefas em casa, as preocupações com dinheiro, os compromissos sociais e até a situação do relacionamento roubam mesmo a energia sexual. “A principal orientação nesse caso é passar a erotizar a relação, começando por pensar mais em sexo e arranjar meios de trazer mais esse universo para o dia a dia”, conta a ginecologista Carolina Ambrogini, coordenadora do Projeto Afrodite da Unifesp. Vale tudo: ler contos eróticos, alugar um canal para adultos, entrar em blogs sobre sexualidade ou simplesmente conversar com as amigas sobre o tema. E a dica extra é não deixar a intimidade com o parceiro relegada às últimas horas do dia, quando a única coisa que se quer é abraçar o travesseiro. A satisfação sexual é importante a ponto de exigir planejamento. Se criar momentos de relaxamento e privacidade, a energia tende a voltar.

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