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Alunos de medicina são investigados por foto com calças arriadas

Eles estão no último ano do curso e também simularam a genitália feminina no registro, que está causando revolta na internet

Por Raquel Drehmer
Atualizado em 20 jan 2020, 16h16 - Publicado em 11 abr 2017, 09h47
 (Reprodução/Reprodução)
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O que se espera de quem escolhe a medicina como carreira é um profundo respeito pelo ser humano e, claro, amplo conhecimento sobre a área da saúde em que se especializar. Pois sete alunos do último ano do curso de medicina da Universidade de Vila Velha (UVV), no Espírito Santo, estão devendo muitos pontos no primeiro quesito.

Eles postaram, em seus perfis pessoais no Facebook, uma foto em que aparecem vestindo jalecos, com as calças arriadas e as mãos simulando a genitália feminina. Para completar, a legenda trazia a hashtag “#PintosNervosos”. Depois de a imagem ter se espalhado pela internet, causando a maior revolta principalmente nas mulheres e em qualquer pessoa que preze pela atividade médica ou pelo respeito pelas pessoas como um todo, eles apagaram os posts. Os nomes dos alunos não foram divulgados.

Tarde demais! Não são poucos os casos de abusos sofridos por mulheres em consultórios médicos, e fingir que nada aconteceu ao apagar os posts não é uma alternativa nos nossos tempos. A dúvida que fica é: será que NINGUÉM entre as sete ou oito pessoas envolvidas nessa foto – ou alguém tirou a foto ou colocaram uma máquina fotográfica no automático – pensou que essa ~brincadeira~ não tem graça? Que se um lado ri enquanto o outro sente medo isso não é piada?

Leia também: Acusado de estupro, aluno da USP terá licença de médico negada

Diante da repercussão negativíssima do caso, a UVV informou à Veja.com que os coordenadores do curso se reuniram com os alunos nesta segunda (10), para saber o contexto em que foi feita a foto. Por meio de uma nota em seu Facebook, a Universidade afirmou que “repudia todas as formas de ofensa e desrespeito, seja de cunho preconceituoso ou exposição indevida de uma profissão” e que procura “desenvolver em nossos alunos valores éticos e morais”. Declarou, ainda, que “a direção determinou que a coordenação de Medicina ouvisse os alunos e os alertasse acerca da gravidade das publicações”.

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E as consequências para esses alunos?

Punição, por enquanto, nenhuma. Ainda na nota, a instituição adianta que “foi procedida a abertura de um processo de sindicância para apuração do ocorrido e para penalização dos que vierem a ser responsabilizados”. Segundo a Veja.com, isso pode resultar em advertência, suspensão ou afastamento dos alunos, caso seja confirmado que o código de ética da universidade foi quebrado.

A pressão na internet é para que a UVV não permita que eles se formem no final deste ano. “Pensem bem no nível da punição que darão a eles. Em respeito às pessoas que se sentiram ofendidas com isso e ao nome da Universidade, que não demorou pouco para ser construído. UVV, queira ser lembrada como uma instituição que coíbe veementemente esse tipo de conduta, não que é conivente dela. É ASSUSTADOR E INACEITÁVEL O QUE ACONTECEU”, escreveu uma mulher. Outra pediu: “Me diz onde irão ‘exercer a profissão’ pra eu nunca ter acesso! Obrigada! Eles não podem se formar e carregar o nome dessa universidade”.

O Sindicato dos Médicos do Espírito Santo (Simes) acionou o Conselho Regional de Medicina do Espírito Santo (CRM-ES) e ficou definido que, por os estudantes ainda não serem médicos – e, portanto, não serem associados ao Conselho –, caberá à UVV esclarecer o caso. De acordo com o UOL, se eles já fossem formados e fosse aberta uma sindicância pelo CRM, com um consequente processo ético profissional, a punição poderia variar de advertência à cassação do registro médico.

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