Ajudei a prender um pedófilo
Após ele assediar meu filho, recolhi provas para o FBI, polícia dos Estados Unidos
Através de um formulário no site do FBI consegui fazer justiça e prender o pedófilo americano de codinome, Bob
Foto: Divulgação
As fotos eram terríveis. Mais de 40 crianças nuas. Quando o meu filho Pedro, na época aos 17 anos, me mostrou o que um estrangeiro tinha mandado a ele pelo computador, fiquei horrorizada. O homem tinha falado ao Pedro que eram fotos pornográficas, mas meu filho não imaginava que eram fotos de crianças.
Na hora me veio à mente uma cena da minha vida. Eu, aos seis anos de idade, fui apalpada pelo pai de uma amiguinha. A recordação veio como um flash e eu desatei a chorar. Não, ninguém incitaria meu filho a ser um pedófilo. Nem continuaria a fazer maldade com aquelas crianças. Eu faria tudo para pôr aquele homem na cadeia.
Há dez anos era comum as pessoas se conhecerem através de um programa de mensagens da internet chamado ICQ. Foi lá que o tal americano entrou em contato com meu filho. Logo que vi as fotos liguei para a polícia civil, militar e federal. Todos me disseram que não tinham técnica nem equipamento para investigar crimes virtuais.
Ainda assim não me dei por vencida. Comecei a entrar todo dia no ICQ para conversar com o pedófilo. Passava mais de uma hora por dia lendo as barbaridades que ele escrevia. Eu salvava todas as conversas e pedia mais fotos. O Bob, codinome do bandido, tinha fotos de crianças com adultos, com animais e outras crianças. Tinha vontade de vomitar, mas o desejo de vingança e justiça me fez manter a calma. Quanto mais provas, melhor.
Passei um ano conversando com o Bob e me sentia desamparada porque ninguém podia me ajudar! O Pedro me apoiava. Ele conversava com o pedófilo quando eu não agüentava mais teclar e ver tanta maldade. Mesmo descrente, fiz uma denúncia no Ministério Público do Rio de Janeiro. Prender o tal do Bob era questão de honra.