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A mulher que desafia o Mali contra a mutilação genital de meninas

“Os casos na família e na comunidade me inspiraram a lutar”, diz Assétou Touré, que combate essa prática tão naturalizada no país

Por Isabella Ayub
29 Maio 2017, 14h32

Assétou Touré, 49 anos, descobriu cedo o que era dor. Aos 6, ela foi submetida a uma mutilação vaginal: teve o clitóris removido integralmente e mais parte da vagina. Mas o que mais marcou a malinesa foi ver sua irmã passar pelo mesmo procedimento e quase morrer. “Os casos na família e na comunidade me inspiraram a lutar”, contou Touré por telefone, de Bamako, capital do Mali, a CLAUDIA.

Quando começou sua jornada contra a mutilação, há 20 anos, ela era uma das poucas vozes nessa batalha. “Naquela época, o tema era tabu, ninguém falava disso.” A educação foi, portanto, o primeiro passo em sua missão.

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Ela começou informando as comunidades próximas e convenceu até o próprio marido a recusar a prática quando nasceram suas quatro filhas.

Hoje, Touré trabalha na ONG Sini Sanuman, pela qual dá palestras em escolas e centros médicos, e visita domicílios mais carentes. Seu objetivo é conscientizar a população local sobre os problemas da mutilação e demais formas de violência contra a mulher.

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Embora seja considerada uma violação dos direitos humanos pela Unicef, a prática, motivada por questões religiosas e culturais, é rotina em 30 países. No Mali, ainda hoje vitimiza 89% das mulheres.

A líder, cujo trabalho foi reconhecido e tem sido apoiado pela ONU, também fornece auxílio às vítimas. “Elas ficam tão traumatizadas que não conseguem entender o que passaram. Aos poucos, ganham confiança e me contam o que aconteceu.” O caminho é árduo, mas Touré tem conseguido importantes vitórias. “Milhares de pessoas abandonaram a prática. Reúno, em média, cem assinaturas por mês de famílias se comprometendo a não submeter as filhas à mutilação. Isso é uma glória”, comemora.

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