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Tudo sobre depressão pós-parto: o que é, sintomas e tratamento

Perceber a doença não é fácil, mas quanto antes isso acontece, melhor para se curar e aproveitar a nova etapa de vida.

Por Nathalia Giannetti
Atualizado em 15 jan 2020, 12h07 - Publicado em 2 ago 2019, 14h16

O bebê chegou e com ele vem a maior alegria da vida, não é? Nem sempre! O problema é que muita mãe se cobra demais, acha que a tristeza e o misto de sentimentos estão relacionados apenas com o esgotamento provocado pela nova fase de vida e demora a perceber que pode estar com depressão pós-parto.

É estimado que cerca de 25% mães brasileiras apresentem sinais de depressão entre 6 e 18 meses após o parto, conforme constatou o estudo da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz.

Os sintomas da doença se aproximam bastante ao de um quadro de depressão comum, com tristeza e fadigas intensas e persistentes, humor instável, perda de interesse, distúrbios de sono e no apetite. 

Mas será que não é só baby blues?

É preciso cuidado para distinguir! O baby blues tem os mesmos sintomas, mas é passageiro (é só uma questão de tempo para o corpo encontrar o equilíbrio dos hormônios) e não precisa de tratamento. Uma boa rede de apoio nessa fase ajuda a resolver a questão.

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Conforme explica a ginecologista Beatrice Nóbrega, “baby blues ou blues puerperal é a alteração psiquiátrica mais comum após o parto, atingindo até 80% das mães”. Seus sintomas costumam aparecer nas duas primeiras semanas após o parto e são provocados pelo reequilíbrio hormonal, desaparecendo após o fim deste período. 

Caso os sintomas persistam por mais tempo, fica o alerta de depressão pós-parto.

O que pode levar à depressão pós-parto

“Todas as doenças psiquiátricas precisam de uma combinação entre a predisposição genética e o ambiente onde se encontra o indivíduo. Na depressão pós-parto, isso não é diferente”, explica Antônio Geraldo da Silva, presidente da Associação Psiquiátrica da América Latina – APAL, diretor e superintendente técnico da Associação Brasileira de Psiquiatria.  

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Durante a gravidez e o puerpério, o corpo sofre uma série de alterações hormonais. Logo após o parto, por exemplo, há uma queda drástica do nível dos hormônios progesterona e estrogênio, algo que pode levar a problemas como insônia, irritabilidade e outros sinais característicos de depressão. A redução desses hormônios também é responsável por diminuir a ação da serotonina, neurotransmissor que regula o humor.

Além das mudanças no corpo, a maternidade causa alterações emocionais profundas, que podem dar início a crises de ansiedade e esgotamento. É comum que após o nascimento do bebê, a mãe passe por privação de sono, estresse ao lidar com as novas responsabilidades e se sinta pressionada, seja por ela mesma ou por outras pessoas, a desempenhar esse novo papel perfeitamente, sem cometer erros e precisar descansar.

“Quando a mulher tem um bebê, muda tudo, corpo, hormônios, prioridades e a vida em si. Mas a sociedade cobra uma felicidade absoluta, como se ela tivesse que estar feliz o tempo todo. Nem sempre as pessoas entendem que a mãe pode ter saudades de quando ela não tinha o bebê e conseguia dormir. E isso fica tão demarcado que a própria mulher, mesmo fazendo tudo que ela já faz para o filho, continua se cobrando mais, a ponto de se questionar se está sendo uma boa mãe”, conta Alberto Guimarães, ginecologista, obstetra e percursor do projeto Parto Sem Medo.

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Fatores de risco

Todo mundo está sujeito a desenvolver depressão, mas existem vários fatores que tornam uma pessoa mais predisposta do que outra a desenvolver o transtorno. No caso da depressão pós-parto, situações como problemas psiquiátricos prévios, falta de apoio, dificuldades financeiras, gravidez não planejada e cesariana de emergência elevam as chances.

É importante lembrar que a atenção deve ser redobrada caso a mulher já tenha passado por uma depressão pós-parto anteriormente, pois as chances de repetição nas gestações seguintes são altas.

Como ajudar?

Em primeiro lugar, é preciso identificar com antecedência a presença de fatores de risco e oferecer o tratamento adequado. Além disso, há enorme importância em oferecer apoio à gestante, antes e depois do parto, com ou sem a existência de predisposição.

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Apoio nesse momento é fundamental! Dar suporte, ajudar a mãe com o recém-nascido ou com as tarefas domésticas, e deixá-la descansar auxilia na prevenção!”, constata a dra. Beatrice. 

Diagnóstico e tratamento

Dificilmente a mamãe perceberá primeiro que está com depressão pós-parto. O mais comum é que os sinais sejam identificados por familiares ou por quem convive com ela. “Quem está em uma situação de depressão pós-parto pode não se dar conta e, muitas vezes, a mulher sofre calada sem pedir ajuda. Por isso, o entorno tem que estar atento“, esclarece o ginecologista do Parto Sem Medo, Alberto Guimarães.

Então, se houver uma suspeita, é preciso buscar ajuda de um psiquiatra, para que ele avalie o caso conversando com a mulher e, se houver necessidade, com seus familiares.

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Um método bastante utilizado internacionalmente para rastrear os sintomas e sua intensidade é a Escala de Depressão Pós-parto de Edimburgo. “Esse é um questionário simples que visa identificar sentimentos de culpa, distúrbios do sono, baixa energia, perda do interesse nas atividades prazerosas e a ideação suicida”, explica o presidente da Associação Psiquiátrica da América Latina.

Já o tratamento consiste em sessões de psicoterapia e, em casos mais graves, uso de medicamentos prescritos pelo médico especialista. Os remédios receitados não devem apresentar riscos para a mãe ou bebê, principalmente se ela estiver amamentando. A duração do período de tratamento é variável, dependendo do quadro de cada paciente.

O importante é saber que dá para tratar e curtir essa nova fase de vida!

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