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Conheça os cuidados na escolha do óculos de grau

Quando se fala do acessório, a qualidade das lentes é de extrema importância. A exposição aos raios solares sem proteção pode causar danos irreparáveis

Por Lia Rizzo
Atualizado em 8 nov 2018, 14h38 - Publicado em 8 nov 2018, 13h35

Nos últimos anos, os óculos ganharam status de acessório fashion no visual do dia a dia. Na hora de escolher, nos preocupamos mais com o design e a cor da armação do que com a qualidade das lentes. Porém, elas são essenciais para evitar danos provocados pelos raios ultravioleta. “São poucas as pessoas que mantêm uma rotina de cuidados diários com os olhos como fazem com a pele do rosto, por exemplo”, diz a oftalmologista Alessia Braz, de São Paulo.

Somente 5% dos brasileiros afirmam usar com frequência alguma proteção para essa área, segundo pesquisa da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec). “As doenças oculares, em geral, apresentam evolução progressiva e relativamente silenciosa”, explica a médica. É comum, portanto, descobrirmos o problema apenas quando já está muito avançado.

A exposição constante e desprotegida dos olhos pode levar a queimaduras oculares, conjuntivite, fotoenvelhecimento da pele da região e até câncer. Agrava também uma série de enfermidades, como o pterígio (popularmente chamado de carne crescida) e a catarata, que leva de 12 a 15 milhões de pessoas à cegueira anualmente, conforme informações da Organização Mundial da Saúde (OMS).

“Mas atenção: é preciso escolher com cautela as lentes tanto para os óculos de sol quanto para os de grau, que usamos com mais frequência”, afirma a médica. Para ambos, deve-se levar em consideração, além da radiação solar, fatores como o impacto das luzes artificiais e o stress cada vez mais comum causado à vista das pessoas que passam muitas horas em frente a telas de computadores ou telefones celulares.

Inimigos invisíveis

Nós não sentimos nem percebemos a incidência dos raios ultravioleta – emitidos pelo sol, por lâmpadas de mercúrio, fluorescentes, lasers e telas – porque eles são constituídos de partículas minúsculas. Entretanto, são bastante nocivos. Há três categorias: UVA, UVB e UVC. O primeiro é filtrado e absorvido pela retina; o segundo pelo cristalino, que funciona como uma lente dentro do olho; já a faixa UVC, a mais danosa, não chega à superfície da Terra e, por isso, não apresenta riscos. As lentes devem oferecer proteção contra os tipos UVA e UVB.

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Os óculos comprados sem certificação oficial de alguma marca, além de não oferecer esse benefício, podem aumentar o risco para os olhos, pois, ao simular um ambiente escuro, leva-os à dilatação e ao relaxamento da pupila, deixando-os mais vulneráveis. “É preferível não usar nada a optar por um acessório sem proteção adequada”, garante Alessia. Os danos são cumulativos e, quando se manifestam, podem já não ter tratamento.

Zelo necessário

Uma das ferramentas mais eficazes para escapar de doenças, incluindo as oculares, é a prevenção. Até os 18 anos, a radiação que penetra na visão é bastante intensa – cerca de três vezes maior do que depois dessa idade. Atualmente, crianças e adolescentes passam muito tempo expostas a telas de dispositivos eletrônicos, o que as deixa mais propensas a desenvolver miopia, por exemplo.

No entanto, é importante pontuar que o uso de óculos de sol não é indicado antes dos 3 anos. A oftalmologista Alessia explica que até essa idade ocorre o desenvolvimento visual do olho. “O pequeno ainda está aprendendo a enxergar e ensinando o cérebro com o auxílio da luz”, diz ela. Após essa fase, um especialista pode avaliar as necessidades da criança e a predisposição para alguma enfermidade.

Lentes transparentes

Até bem pouco tempo, lentes de cristal ou de acrílico (usadas em óculos de grau) não impediam a passagem da maior parte da radiação UV. No Brasil, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) estabelece como proteção satisfatória pelo menos 380 nanômetros, mas 40% da radiação danosa aos olhos está na faixa não contemplada por esse parâmetro, entre 380 e 400 nanômetros. Além disso, 70% dos óculos comercializados no país não garantem nem a proteção mínima.

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A boa notícia é que, com a chegada de novas tecnologias, já é possível encontrar lentes de grau com bom nível de proteção. Adicionalmente, algumas óticas possuem equipamentos que podem conferir se a cobertura oferecida pela lente é realmente a prometida pela marca. Vale, então, pedir para verificar o produto antes de comprar.

Proteção total é possível

A radiação solar é mensurada em nanômetros, unidade de medida que equivale a 1 bilionésimo de metro. Tanto a Organização Mundial da Saúde quanto a Associação Brasileira de Normas Técnicas atestam como satisfatória a proteção solar contra pelo menos 380 nanômetros, considerando que o limite máximo de radiação é de 400 nanômetros. Porém, 70% dos óculos vendidos no Brasil bloqueiam apenas 355 nanômetros.

O problema maior, explicam especialistas, é que 40% da intensidade de radiação UV, que é mais nociva, está presente justamente entre os 380 e 400 nanômetros, faixa que mesmo os óculos aceitos pela ABNT não cobrem. Portanto, quando for escolher seus óculos – e isso vale para os modelos de grau e de sol –, certifique-se de que as lentes oferecem proteção total e questione vendedores e fabricantes sobre os parâmetros.

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