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Entenda a polêmica da aprovação para criar híbridos de humanos com animais

A ideia é que outras espécies possam produzir órgãos humanos para transplante. Mas nem tudo é simples assim...

Por Daniella Grinbergas
Atualizado em 15 jan 2020, 12h13 - Publicado em 1 ago 2019, 09h32

Parece coisa de filme… Você deve ter visto no noticiário que um ser híbrido, misto de humano e macaco, foi criado na China. Mas calma, ele nem chegou a nascer, o desenvolvimento foi interrompido no laboratório mesmo. Os pesquisadores injetaram células humanas em embriões de macaco com o intuito de gerar novos órgãos humanos (apenas órgãos!).

A experiência tem um propósito antigo: muitos cientistas entendem que esse é o caminho para conseguir produzir órgãos, ideais para transplantes, e prolongar a vida humana. Em 2017, a mesma equipe já tinha criado híbridos de camundongos com ratos. Eles desativaram genes dos camundongos que formariam seu coração, olhos e pâncreas e injetaram células-tronco de ratos com essa capacidade. E deu certo, mas isso porque são espécies muito parecidas.

Entretanto, nenhum experimento desse tipo foi até o final, nenhum ser híbrido nasceu.

Só que agora o Japão aprovou uma proposta de experimento que permite o nascimento desses embriões. O pesquisador Hiromitsu Nakauchi, especialista em células-tronco, recebeu o consentimento que esperava há dez anos para o projeto. A pesquisa será feita pela Universidade de Tóquio e pela Universidade de Stanford. A ideia é inserir células humanas em embriões de ratos e camundongos e deixar que eles se desenvolvam. Porém, alguns dias depois do nascimento, a vida desses animais será interrompida.

Como há uma grande distância genética entre as espécies, não há expectativas de sucesso imediato, mas a ideia é verificar como os órgãos se desenvolveram e encontrar novos caminhos.

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Basicamente, o intuito é: desativar genes do animal que formariam um determinado órgão e usar as nossas células para que ele produza só esse órgão com as nossas características.

O ponto é que entram aí questões éticas. Animais de outras espécies poderiam virar fábricas de órgãos humanos – seria necessário sacrificá-los depois do desenvolvimento do órgão. Outro alerta é a possibilidade de criação de quimeras (na mitologia grega, a quimera é representada por um ser híbrido, um misto de diversos animais em um mesmo corpo). Médicos questionam sobre consequências inesperadas, como a possibilidade de descontrole do uso das células-tronco: e se elas formarem neurônios humanos no cérebro de outros animais? 

Mas não há motivo para pânico. Muitos especialistas afirmam que estamos muito longe de conseguir criar realmente um híbrido. E aí, teremos muito tempo para debater as questões éticas que envolvem esses avanços da ciência.

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