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As 14 perguntas (respondidas) que os ginecologistas mais ouvem em consulta

Falamos com médicas que nos contam sobre as dúvidas mais repetidas pelas pacientes. Você também já se perguntou sobre algum desses assuntos?

Por Daniella Grinbergas
Atualizado em 30 jun 2021, 13h31 - Publicado em 4 Maio 2019, 10h00
 (BSIP/UIG/Getty Images)
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Sim, nós temos dúvidas muito parecidas! É o que comprovam os ginecologistas, que estão acostumados a ouvir sempre os mesmos questionamentos. E ainda bem que os especialistas estão aí para resolver todos eles.

Conversamos com as médicas ginecologistas e obstetras Karina Tafner e Flávia Fairbanks, da Clínica FemCare e pedimos para listarem as dúvidas mais frequentes. E, claro, explicando cada uma delas.

 

1. Não tenho vontade de transar. Isso é um problema hormonal?

Que fique claro: várias são as causas que interferem na libido. “Existem causas hormonais, mas elas são a minoria. A maior parte está relacionada ao estilo de vida, ansiedade, depressão, problemas emocionais com parceiros, e alterações gerais da saúde, com o uso de outros medicamentos”, lista a dra. Flávia. E ela conta que muitas pacientes estão pedindo nos consultórios a reposição de testosterona sem ter nenhum problema diagnosticado, o que está fora de cogitação!

A dra. Karina conclui: É preciso fazer uma avaliação. Se a questão não for hormonal, costumamos encaminhar a paciente a psicólogos ou outros especialistas que possam resolver as questões emocionais”.

 

2. Como saber se tenho corrimento ou se é só uma secreção normal?

A dra. Karina explica: “Quando o corrimento é branco, com aspecto de nata de leite e tem prurido vulvar intenso, ou quando a secreção é acinzentada e tem odor muito forte, pode ser infecção”. Elas devem ser tratadas, mas a maior parte das secreções vaginais costumam ser as fisiológicas, normais. “As clarinhas, com aspecto que vai de transparente a branquinho, mas sem cheiro, são as normais, que ajudam a lubrificar a vagina”, diz. Mas só um ginecologista pode avaliar com propriedade e detectar algum problema.

3. Quando devo começar a fazer a mamografia?

A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e as Sociedades Brasileiras de Mastologia e de Radiologia indicam que a mamografia seja feita anualmente a partir dos 40 anos de idade para mulheres que não tenham fatores de risco para câncer de mama. As demais devem começar a fazer o rastreamento com mamografia a partir dos 35 anos.

 

4. Se eu tomar anticoncepcional continuamente, o corpo acostuma e corta o efeito?

Não! “Independentemente do tempo que a gente use, se fizer pausa ou não, o anticoncepcional continua protegendo contra gravidez”, garante a dra. Karina.

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5. Tomar anticoncepcional por anos pode me deixar infértil?

Também não! “O que pode acontecer é que na parada do anticoncepcional usado por longo tempo, a menstruação pode demorar a regularizar porque o eixo hormonal ficou bloqueado por muito tempo. Mas isso volta sozinho em um ou dois ciclos e não é regra!”, afirma a dra. Karina.

 

6. Posso tomar a pílula do dia seguinte mais de uma vez no mês?

Poder até pode, mas a carga hormonal será enorme! A dra. Flávia explica que a pílula do dia seguinte funciona para a proteção de uma relação que aconteceu até 3 dias antes, então, se a mulher tomou e quarto dias depois teve outra relação desprotegida, ela pode engravidar. “O ideal é que toda vez que a mulher tome a pílula do dia seguinte, ela tenha relações 100% protegidas com camisinha até que ela menstrue. Porém, se acontecerem dois acidentes no mesmo ciclo menstrual e ela ainda não tiver menstruado, infelizmente, talvez precise tomar a segunda pílula, mesmo sabendo que é dose hormonal excessiva e que esse método não deve ser usado como método de contracepção”, explica.

7. Tenho cólicas fortíssimas, isso indica endometriose?

“A endometriose costuma provocar cólica intensa no período menstrual, mas isso não quer dizer que todas as mulheres que tenham cólicas intensas sejam portadoras da doença”, afirma a dra. Karina. A endometriose ainda pode vir acompanhada de outros sintomas, como dor na relação, dor pélvica fora do período menstrual, dor para evacuar… Exames clínicos, laboratoriais e de imagem é que podem confirmar o diagnóstico. Se você tem cólicas intensas, claro que vale relatar à ginecologista, mas não tire conclusões precipitadas.

 

8. O que é um ciclo menstrual considerado normal?

“É o que tem um intervalo de 25 a 35 dias entre o primeiro dia de uma menstruação e o primeiro dia da outra. A duração do fluxo é normal em torno de 2 a 8 dias e o volume de sangue eliminado varia de 5 a 80 ml”, relata a dra. Karina.

 

9. A candidíase de repetição pode ter a ver com meu parceiro sexual?

Se a mulher tem mais de quatro crises por ano, pode-se considerar uma candidíase por repetição. “Nesses casos, a investigação profunda se faz muito necessária, e inclusive com a busca de evidências de uma infecção, por exemplo, por HPV ou também de outras infecções sexualmente transmissíveis como a clamídia. Por isso, é importante, sim, que uma mulher com candidíase de repetição seja submetida à uma investigação ampla da parte vaginal e infecciosa e que seu parceiro também seja investigado e tratado. Quando a candidíase for um evento esporádico, não existe indicação de tratamento para o parceiro”, justifica a dra. Flávia.

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10. O que fazer se eu esquecer de tomar o anticoncepcional?

O primeiro passo é olhar a bula da sua pílula. Lá deve haver a indicação. Isso porque, as pílulas são diferentes e depende da dosagem de cada medicação. Normalmente é permito tomar duas pílulas juntas se tiver esquecido a do dia anterior. Mas a dra. Flávia recomenda muita atenção e manutenção da regularidade da cartela. Ela ainda alerta para o risco de engravidar. “O ideal em casos de esquecimento é associação um outro método contraceptivo, como a camisinha, até o fim da cartela e a vinda da menstruação”, aconselha.

 

11. Posso engravidar um pouco antes e logo após a menstruação?

Sim, é mais difícil, mas é possível! Para se confiar na famosa tabelinha, é preciso ter um ciclo menstrual muito regular em 12 meses seguidos. “Porém, o período fértil pode ser alterado em função de uma série de fatores, especialmente alterações hormonais. Então, existe uma chance de escape da ovulação nos dias próximos do finalzinho da menstruação, principalmente nas pacientes que estiverem acima de 35 anos onde os ciclos menstruais ficam mais curtos”, exemplifica a dra. Flávia. O melhor mesmo é usar a camisinha, que previne a gravidez e as Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs).

 

12. Se tenho HPV, terei câncer?

“Se você é diagnostica precocemente e trata adequadamente, o HPV não evolui para o câncer de colo de útero”, diz a dra. Karina. E é preciso lembrar que há diversos tipos de HPV e nem todos eles podem virar tumores – os tipos 16 e 18 são os mais perigosos. 

 

13. Como saber se tenho HPV?

Vá ao ginecologista. O médico fará um exame clínico – ele procura por lesões verrugosas – e pode pedir ainda um exame específico para pesquisa de HPV. Fora isso, o Papanicolau que devemos fazer anualmente também é capaz de detectar alterações celulares sugestivas da infecção do vírus do HPV. Mais um motivo para estar com os exames em dia.

14. Como saber se sou infértil?

Não há um exame que ateste infertilidade de forma geral. O que os médicos costumam pedir é uma série de exames que verificam se a função ovariana está normal, se há alteração na ovulação, se a mulher tem boa reserva de óvulos, se o útero é normal… “Assim, conseguimos saber se o órgão reprodutivo está funcionando como esperado, mas ter um órgão em perfeitas condições não quer dizer que a mulher seja fértil. Isso só dá pra saber na hora que ela começa a tentar engravidar”, diz a dra. Karina. Há ainda outros exames mais invasivos que só são pedidos após as tentativas sem sucesso. “Eles avaliam as trompas ou a cavidade uterina, mas só para verificar a normalidade do sistema reprodutivo, o que não garante gestação”, aponta.

Os especialistas relatam diversos casos de mulheres e homens com exames sem problemas e que não conseguem engravidar, é a chamada Infertilidade sem Causa Aparente.

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