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A Califórnia acaba de aprovar a lei que permite o suicídio assistido

“É uma conquista histórica para o nosso estado e para o universo limitado de pessoas lidando com doenças terminais", afirmou o senador Bill Monning

Por Débora Stevaux (colaboradora)
Atualizado em 28 out 2016, 14h38 - Publicado em 11 mar 2016, 15h09
Carl Costas/AP
Carl Costas/AP (/)
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O governador da Califórnia Jerry Brown assinou em outubro do ano passado o projeto de lei permitindo que doentes terminais optassem pelo suicídio acompanhado por médicos.  Nesta semana, em uma sessão legislativa extraordinária feita por Brown, ela foi então aprovada. Agora, a Califórnia é o quinto estado a permitir a medida, ao lado de Vermont, Oregon, Washington e Montana. 

A sessão foi encerrada nesta quinta-feira (10) e o “Ato Pela Opção do Fim da Vida” passará a valer a partir de junho deste ano. O senador Bill Monning comemorou a decisão:  “Estamos felizes de finalmente termos uma data certa para o início da lei. É uma conquista histórica para o Estado da Califórnia e para o universo limitado de pessoas lidando com doenças terminais. Isso será com certeza uma forma transformadora de dar o direito a eles de escolherem o melhor fim para suas vidas”, completou o senador.

Alguns advogados contra o projeto lutaram bastante para que não fosse aprovada no ano passado, e continuam endossando o discurso da oposição. Marilyn Golden, analista sênior da Associação pelos Direitos das Pessoas Desabilitadas, disse que é impossível saber, por exemplo, se um paciente depressivo foi a muitos médicos que negaram o pedido da medicação letal antes de ter encontrado algum que concordou em prescrever a receita. “Estamos buscando formas de proteger as pessoas de médicos de má fé”, disse Golden, “também queremos  ajudar a manter médicos, enfermeiras e farmacêuticos informados para que eles não precisem participar caso não queiram”.

Conforme o que está previsto na lei, pelo menos dois médicos devem concordar com a medida antes de prescreverem os medicamentos para um paciente que possua seis meses ou menos de vida. Aqueles que aceitarem devem conseguir engolir a medicação sem auxílio de terceiros e devem afirmar por escrito, 48 horas antes de ingerir a medicação, que farão isso.

Alguns pacientes em estágio avançado de câncer comemoraram a notícia. Como é o caso de Elizabeth Wallner que declarou a Compassion & Choices, um grupo de auxílio a pessoas que estão morrendo: “Me dá muita paz saber que eu não serei obrigada a morrer lenta e dolorosamente. Me traz muito conforto saber que a última memória que a minha família terá de mim não será uma imagem traumática minha agonizando e sofrendo.”  Por isso, Monning se mostrou muito grata a todas as pessoas que trabalharam para que a lei fosse aprovada.

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Brittany Maynard é uma californiana diagnosticada com câncer cerebral. Logo depois de saber sobre sua enfermidade, mudou-se para o Oregon para que fosse permitido à ela usufruir da medicação letal. Antes de morrer, em 2014, ela gravou um vídeo que foi mostrado durante as audiências para a aprovação do ato, em Sacramento.

Jennifer Glass, de San Mateo, California,  foi uma das pessoas responsáveis pelo lançamento da campanha em 2014. Jennifer morreu de câncer no ano passado. Christy O’Donnell, 47 anos, de Los Angeles também foi um dos que lutou pela causa, mas acabou morrendo de câncer de pulmão no mês passado. “Eu realmente acredito que hoje seja um dia para se lembrar e dedicar à memória de alguns verdadeiros campeões”, finalizou Monning. 

A foto desta matéria mostra a mãe Debbie Ziegler segurando uma foto de sua filha falecida, Brittany Maynard, enquanto fala à imprensa logo após a aprovação da lei do direito de escolha pelo fim da vida. Maynard era uma entusiasta a favor da lei.

 

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