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Votação do impeachment: 5 momentos das mulheres na Câmara que nos fizeram refletir

Durante a sessão do último domingo (17), em que foi votado o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, algumas situações explicitaram o machismo nos ambientes de poder; outras demonstraram que ainda há um caminho a percorrer para que deputadas honrem os cargos de decisão e trabalhem pelo direito das mulheres

Por Redação CLAUDIA
Atualizado em 12 abr 2024, 09h52 - Publicado em 18 abr 2016, 16h08
Divulgação/Câmara
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Nesta segunda-feira (18), foi sancionada a lei 13.272/2016 que decreta 2016 como o Ano do Empoderamento da Mulher na Política e no Esporte. O que podemos observar na imagem abaixo, fotografada no domingo (17/4) e na memória até agora, mostra algo completamente contrário a isso: um número de mulheres que podemos contar nos dedos.

Antonio Augusto
Antonio Augusto ()

Câmara dos Deputados, 17 de abril de 2016, sessão para a votação do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Na Câmara, a representação feminina hoje é de apenas 50 deputadas em exercício entre 513 membros. Ocupamos apenas 10% das vagas no Congresso Nacional. Uma participação de tamanho constrangedor, que nos faz amargar a 124º posição no ranking da ONU dos países que têm maior número de mulheres na política.

Não é de se espantar, então, como o machismo e a falta de representatividade feminina se manifestam nas esferas de poder. Durante a votação que marcou o último final de semana, presenciamos situações que explicitaram a falta de respeito às mulheres; e outras que demonstraram o longo caminho a percorrer para que deputadas honrem os cargos de decisão e trabalhem pelos nossos direitos:

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Quando a deputada Clarissa Garotinho, grávida de 8 meses, foi vaiada por se ausentar devido à licença-maternidade

Por recomendação médica, a deputada Clarissa Garotinho faltou à sessão de domingo. Ela está grávida de 8 meses e havia passado mal dez dias atrás. Seu médico particular solicitou a licença-maternidade. Segundo ela, o documento foi encaminhado para Brasília e protocolado na quinta-feira passada. Durante a votação, quando sua ausência foi justificada, Clarissa foi vaiada.

A licença-maternidade é um direito garantido à mulher previsto em lei, para que ela possa descansar e ter os cuidados necessários para com sua saúde durante o período do parto. Mesmo assim, ela foi vaiada. 

Ao justificar-se, em suas redes sociais, mais ofensas: alguns seguidores disseram que esse período é desnecessário para a mulher, que é “balela”.

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Quando tentaram interromper o discurso da deputada Margarida Salomão, que durava tanto quanto o de outros companheiros de Câmara

Você já ouviu falar em manterrupting? A palavra é de origem inglesa, mas fácil de ser compreendida: trata-se da união de outras palavras: man (homem) e interrupting (interrupção) – em inglês.

O termo se refere ao costume masculino de interromper de maneira desnecessária a fala de uma mulher. Um estudo realizado pelo Departamento de Fonoaudiologia e Ciências da Universidade George Washington, nos Estados Unidos, chegou a mostrar que tanto homens quanto mulheres são mais predispostos a interromper a fala de uma mulher do que a de um homem.

Esse hábito machista ficou evidente durante o pronunciamento da deputada Margarida Salomão, que precisou lembrar os presentes: “Eu ouvi o senhores e, agora, os senhores terão que me ouvir”. 

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Quando vaiaram a deputada Moema Gramacho por sua posição contrária ao processo de impeachment

O mesmo aconteceu com a deputada Moema Gramacho, que terminou seu discurso ao som de vaias e completo desrespeito. 

E a falta de representatividade?

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A parte contrastante é que, mesmo entre as poucas líderes do sexo feminino, nem sempre as mulheres se sentem representadas:

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Quando a deputada Raquel Muniz votou a favor do impeachment elogiando o marido, prefeito de Montes Claros, como exemplo de honestidade

O senhor em questão, Ruy Muniz (PSB), foi preso hoje pela Polícia Federal durante a operação Máscara da Sanidade II, que investiga fraudes para favorecer hospitais privados ligados a ele.

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Quando a deputada Shéridan votou a favor de “um país menos corrupto e mais transparente”, mesmo sendo acusada por crimes administrativos em seu Estado

A deputada federal Shéridan, de Roraima, deu o seu voto a favor do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff defendendo a honra e a confiança do povo, responsabilidade e a luta por um país mais ético e menos corrupto. Entretanto, a parlamentar já foi acusada de improbidade administrativa e de uso indevido do avião oficial – o meio teria sido enviado ao Rio de Janeiro para buscar um músico famoso que tocaria em sua festa de aniversário.

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