Vídeo de arrepiar mostra o preconceito que as mulheres sofrem no trabalho. Assista!
71% dos filipinos acreditam que quando os empregos estão escassos, os homens merecem mais uma oportunidade do que as mulheres. Mas o mais triste ainda está por vir: cerca de 54% delas acreditam que as mulheres que trabalham tendem a ser mais "agressivas"
Quando Sheryl Sandberg, chefe operacional do Facebook desde 2008, considerada uma das mais influentes pessoas no ano de 2012, pela revista Time, caracterizou um vídeo como “empoderador” e “necessário de ser visto”, o mundo todo noticiou. Ela está se referindo à peça promocional produzida pela filial filipina da marca Pantene, que acabou se tornando um viral, sendo muito divulgado pelas redes sociais de vários lugares do globo. O vídeo ilustra a diferença quase palpável em como um homem e uma mulher são vistos em situações similares. O site da revista Forbes considerou a campanha “maravilhosa” e a elogiou muito por “retratar os esteriótipos de gênero de forma direta e eficaz.” O portal de notícias Yahoo também se manifestou: “Pantene, a linha de produtos para os cabelos que promete às mulheres um brilho inalcançável pode não parecer fazer parte de uma forma de empoderar mulheres, mas o jogo de palavras define a sua mais nova campanha #WhipIt – por criticar os esteriótipos de gênero que as mulheres enfrentam por agirem como os homens.”
De acordo com o levantamento “Global Gender Gap Report”, realizado pelo Fórum Econômico Mundial, em 2012, que busca analisar a igualdade de gênero entre mais de 144 países, as Filipinas ocupam o 8º lugar no ranking neste quesito. Apesar disso, muitas mulheres continuam por trás de muitas marcas que as impedem de brilhar – principalmente no ambiente de trabalho. Elas que viram motivo de chacota na sala de reunião, sendo chamadas de “mandonas”, enquanto um homem que diz ou age do mesmo jeito é simplesmente chamado de “chefe”. Mães que são apaixonadas por suas carreiras, e muitas vezes julgadas “egoístas”, enquanto estão trabalhando e “obrigando” seus maridos a terem uma mínima vivência da paternidade, e eles ainda são colocados como muito “dedicados”. E todo este pensamento machista possui o respaldo de maioria esmagadora da população: 71% dos filipinos acreditam que quando os empregos estão escassos, os homens merecem mais uma oportunidade do que as mulheres. Mas o mais triste ainda está por vir: cerca de 54% delas acreditam que as mulheres que trabalham tendem a ser mais “agressivas”. Este pensamento corrobora para que a maioria da população feminina ativa no mercado de trabalho não seja auto-confiante o suficiente para expressar as próprias opiniões no ambiente trabalhista – 70% deles acreditam que elas devem “minimizar” suas personalidades a fim de serem aceitas.
A filial da empresa reconhece que esses esteriótipos são capazes de impedir o sucesso das mulheres no meio profissional e na conquista de realizações pessoais. Foi por este motivo que a Pantene uniu-se a BBDO Guerrero para criar o movimento #Whiplt – direcionado às mulheres para que elas sejam capazes de bater de frente com os termos ofensivos, como os que são citados no vídeo. Portanto, a marca não se mostra preocupada somente com o brilho das madeixas de suas consumidoras, mas também com a força – que é muito mais importante e reluzente do que os fios de cabelo. O vídeo já atingiu mais de 9 milhões de visualizações e recebeu um feedback extremamente positivo de diversos apoiadores e apoiadoras ao redor do mundo. Mulheres influentes como a executiva Daphne Oseña-Paez e a jornalista Katie Couric também demonstraram apoio à causa e relataram suas próprias experiências como uma maneira de endossar o discurso presente na propaganda: “Não deixe que os rótulos contenham você. Seja forte e brilhe.”
Assista ao vídeo completo da propaganda com legendas em português: