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Teste de virgindade e reparação de hímen assombram mulheres no Reino Unido

O procedimento, que promete recompor o hímen, mesmo sem ter base cientifica e violar direitos humanos, pode custar até 21 mil reais

Por Da Redação
Atualizado em 2 dez 2020, 17h03 - Publicado em 1 dez 2020, 19h00
como colocar camisinha feminina passo 1
Segure a argola menor da camisinha feminina. (Julia Vicheti/MdeMulher)
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Pacientes de clínicas médicas particulares no Reino Unido estão sendo submetidas a “testes de virgindade” de acordo com apuração da BBC britânica. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização das Nações Unidas (ONU), o recurso é considerado uma violação dos direitos humanos, por isso devem ter a comercialização proibida.

Além disso, os testes, que consistem em um exame vaginal para verificar se o hímen está intacto, não possuem base científica para confirmar se a paciente é virgem, já que mesmo com uma relação sexual o hímen pode não ser rompido, assim como ele também pode ser rompido sem a penetração do pênis.

Acompanhado dos testes, que chegam a custar de 150 libras, aproximadamente 1.063 reais, a 300 libras, cerca de 2.126 reais, as clínicas ainda oferecem um procedimento de “reconstituição da virgindade”. O veículo também encontrou kits à venda na internet por 50 libras, 354 reais. O comprador recebe em casa um recipiente com 60 ml de gel, que tensiona a vagina, pinças de plástico, uma cápsula de sangue e três sachês, com uma espécie de sangue falso. As instruções não são divulgadas.

Dos 21 espaços em que os testes foram encontrados, 16 foram contatadas pela BBC. Porém, apenas sete afirmaram que os testes são realmente oferecidos. As demais optaram por não se pronunciar sobre o assunto.

Já o procedimento de reparo do hímen foi confirmado por todas as clínicas, que faturam de 1,5 mil libras, o equivalente a 10 mil reais, a 3 mil libras, aproximadamente 21 mil reais. De acordo com o serviço de saúde pública britânico, a reconstituição do hímen foi feita por 69 mulheres na Inglaterra nos últimos cinco anos.

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A ameaça do teste de virgindade feita pelos pais foi revelada à BBC por uma mulher, que é amparada pela instituição Karma Nirvana, que apoia vítimas de abuso emocional presente no ambiente familiar. “Eu tinha um relacionamento emocionalmente abusivo com meus pais, que queriam que eu tivesse um casamento arranjado. Um dia, um ancião da comunidade me viu sair com meus amigos e disse à minha mãe que um dos meninos era meu namorado. Havia muitos rumores na comunidade sobre isso,” contou sobre o motivo dos abusos.

“Meus pais e a família do homem com quem eles queriam que eu me casasse disseram que eu precisava fazer um teste de virgindade para provar que ainda era virgem para que o casamento pudesse prosseguir. Eu estava com medo e não entendi o que isso realmente significava. Senti que fugir era minha única opção — então foi o que fiz”, desabafou.

Para Priya Manota, responsável pelo contato das vítimas com a instituição, os testes fragilizaram o emocional de meninas, que já viviam em ambientes familiares opressores. “O abuso por causa da ‘honra’ e do casamento forçado acontece muitas vezes quando a mulher entra em um relacionamento, escolhe seu próprio parceiro e tem um relacionamento íntimo ou sexual. Sabemos que muitas vítimas em casos extremos chegaram a ser mortas. Outras vítimas são repudiadas pela família e não têm para onde ir”, pontuou ao veículo.

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O rapper americano T.I. gerou questionamentos e indignação, em 2019, ao revelar durante uma participação em um podcast que leva sua filha para fazer o exame. Segundo o artista, para saber se o hímen dela continua intacto, a menina passa pelo teste todos os anos.

Uma campanha para proibir o “teste de virgindade” é articulada pela Organização para Mulheres e Sociedade do Oriente Médio. “Embora desejemos eventualmente proibir a reconstituição do hímen, banir a prática sem a educação adequada fará mais mal do que bem. A única razão pela qual essas práticas estão em funcionamento é por causa dessa mentalidade retrógrada em relação à virgindade. Se ajudássemos a educar nossas comunidades e a reverter essa crença, não haveria necessidade de reconstrução do hímen. O procedimento sairia do mercado por conta própria”, afirmou Halaleh Taheri, fundadora da entidade, à BBC”.

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