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#TemQueFalar: “Aos 6 anos, fui abusada por um amigo da minha família. Várias vezes.”

Leia o depoimento da leitora Isabel*, de 35* anos

Por Redação CLAUDIA
Atualizado em 11 abr 2024, 18h01 - Publicado em 6 nov 2015, 16h23
Divulgação/CLAUDIA
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Nas últimas semanas, as mulheres brasileiras se uniram em torno do tema #PrimeiroAssédio, capitaneado pelo grotesco ataque sofrido por uma participante do MasterChef infantil – ela tem apenas 12 anos. A mobilização levou muitas delas a compartilhar em suas redes sociais casos semelhantes ou ainda mais graves, que deixam sequelas profundas em suas vítimas. Algumas delas, porém, preferiram guardar suas histórias para si, por medo de ser identificadas por seus agressores. Publicamos a história de uma leitora que, 15 anos após um ataque sexual, ainda tem medo de ser encontrada. Não demorou para que outras mulheres nos procurassem: Gabriela*, Marcela*, Mariana*. Em comum, o desejo de dividir seus traumas, medos e culpas. Especialistas apontam que falar sobre eles é uma das maneiras eficientes de superá-los. Por isso, criamos o movimento #temquefalar. Um espaço de cura, que incentiva a troca de experiências e, sobretudo, traz o assunto à tona, para evitar novas vítimas entre crianças e mulheres. 

Leia o depoimento da leitora Isabel*

“Quando eu tinha 6 anos, sempre visitava a casa de um casal amigos da minha família. Eles moravam em uma rua bem próxima e tinham 2 filhos da mesma idade que minha irmã e eu.

Não me lembro, ao certo, quando começou ou quantos dias aconteceram, mas, um dia, o pai destes amiguinhos me chamou para ir ao quarto, disse que me mostraria algo. Enquanto isso, os outros jogavam videogame na sala.

Chegando lá, ele puxou a minha calcinha para lado e começou a me tocar. Ele me perguntou se eu gostava e eu não entendia o que ele estava fazendo. Ele sempre me dizia que era o nosso segredo, que não deveria contar a ninguém.

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Aconteceu por vários dias, mas, especialmente em um deles, eu senti muita dor e resolvi ir para casa mais cedo do que minha irmã. Chegando lá, fui para o banheiro, pois doía muito. Acabei chorando e minha mãe perguntou o que aconteceu. Eu não respondi, mas ela continuou me pressionando. Contei o que o “tio” havia feito e ela chorou muito.

Ela deu queixa na polícia e, depois de muitos anos de processo, por ter residência fixa e trabalho, ele apenas teve que pagar cestas básicas. Após um tempo, ele foi preso por ser pego em flagrante abusando de outra criança, mas logo foi solto.
Até hoje ele mora na mesma casa, perto da casa da minha mãe. Às vezes eu o vejo na rua hoje. Confesso que pensava em alguma forma de fazê-lo sofrer, assim como eu sofri. Hoje, apenas tento superar e levar minha vida.”

*Nome e idade alterados.

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Se você também quiser dividir o seu relato com outras leitoras, envie para redacaoclaudia@gmail.com. A sua identidade será preservada.

 

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