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Seleção feminina de futebol está jogando sem contrato assinado pela CBF

Desde o ano passado, elas integram um time permanente em preparação para os Jogos Olímpicos e dizem não ter carteira assinada ou benefícios – prometidos pela Confederação

Por Redação CLAUDIA
Atualizado em 22 out 2016, 20h41 - Publicado em 14 jul 2016, 13h06

No início de 2015, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou a criação de uma seleção permanente de futebol feminino, visando às disputas da Copa do Mundo de 2015 – em que o Brasil caiu nas oitavas de final – e das Olimpíadas do Rio – que acontecerão em agosto deste ano. Com a criação da equipe, foi assegurado que elas seriam contratadas pela entidade e se dedicariam exclusivamente à seleção, deixando seus clubes e treinando na Granja Comary, centro de treinamento oficial da CBF. De acordo com apuração do EspnW, mais de um ano depois da promessa, isso ainda não aconteceu. Os contratos não foram assinados, as atletas reclamam que estão sem benefícios e recebem o salário por meio de acordos informais. 

A reportagem aponta que os pagamentos são depositados por meio de acordos verbais com a CBF. Os valores correspondem a diárias, iguais para todas as atletas, e uma espécie de salário, estabelecido em três categorias. Quanto mais antiga e experiente a atleta for jogando pela seleção, maior será seu salário. Jogadoras da equipe apontam que esse não era o acordo prometido, que incluia contrato formal e registro na carteira de trabalho.

As jogadoras Rosana Augusto, Andreia Suntaque e Gabi Zanotti disseram que as integrantes do time entregaram todos os documentos exigidos para a contratação à CBF, mas não obtiveram retorno. “Algumas meninas já tinham assinado com alguns clubes e muitas desistiram justamente porque queriam estar na seleção”, afirmou Rosana. 

Andreia diz que foi feita uma reunião com Fabrício Maia, coordenador técnico da seleção feminina, em que foi passado o salário de cada uma, que estaria registrado na carteira de trabalho. A goleira Andreia conta que o valor – cerca de 4 mil reais – era depositado em sua conta, mas com variações mensais. Sem o contrato, elas ficaram sem a garantia de 13º salário, fundo de garantia e plano de saúde. “Cancelei meu plano de saúde na época e acabei ficando sem”, contou Gabi. 

Em maio de 2015, começaram as inscrições para o programa do Ministério do Esporte que remunera atletas para fomentar o esporte, o Bolsa Atleta. As jogadoras contam que ficaram com medo de perder o benefício e renovaram sua inscrição no programa. Sem contrato até aquele momento, havia o impasse de que, caso assinassem, perderiam o benefício do Governo Federal. Dessa forma, os contratos acabaram nunca sendo assinados. O Ministério do Esporte afirma que é possível ter contrato assinado e, ainda assim, receber o Bolsa Atleta. 

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Marco Aurélio Cunha, coordenador de futebol feminino da CBF, foi ouvido pela reportagem. Ele diz realmente não há um contrato formalizado, que havia a dúvida de que as atletas poderiam perder o benefício do Governo Federal. O dirigente afirma que todas as despesas das jogadoras são cobertos pela CBF e que os salários são pagos. “Elas preferiram não fazer o contrato profissional, preferiram receber as diárias e o que nós chamamos de ‘Bolsa CBF’, para auxílio da modalidade. E isso foi muito bem aceito”, disse. As atletas negam a versão. “Se a gente não quisesse, não iríamos entregar nossa carteira de trabalho”, declarou Andreia. 

Rosana esteve nas últimas quatro Olimpíadas, Andreia foi goleira titular nas Olimpíadas de Londres e Gabi esteve na Copa do Mundo do ano passado. Elas não têm sido convocadas para a seleção brasileira e podem não ir aos Jogos. 

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