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Rafaela Gurken: “Stand-up virou minha religião”

Aos completar 46 anos, Rafaela entrou em contato com o stand-up paddle e agora se prepara para competir no Havaí

Por Marcela Conte
24 nov 2017, 11h33
 (Paulo Vitale/CLAUDIA)
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Mudar de profissão, aprender a andar de bicicleta, fazer sucesso no showbiz, treinar como atleta. Quatro mulheres ignoraram as convenções e os próprios medos para mergulhar em sonhos e projetos. Entre elas, Rafaela Gurken, 51 anos, que ao completar 46 entrou em contato com o stand-up paddle e desde então se dedica ao esporte.

“Ao completar 15 anos, ganhei uma viagem da minha avó, Stella (fundadora da Stella Barros Turismo, morta em 2004). Diferentemente dos meus primos, que geralmente escolhiam ir para a Europa, meu desejo era conhecer a África ou o Havaí. Chegando ao arquipélago, me deslumbrei com a cultura havaiana e me identifiquei com o modo como eles se relacionam com a natureza.

Sou carioca, trabalho há 20 anos com paisagismo e moro em um sítio em Vargem Grande, Zona Oeste do Rio, cercada por verde e com o mar logo ali. Pratiquei trekking e já percorri muitas trilhas pela região. Quando mais nova, até tentei surfar, mas sempre achei muito difícil. Era um limite a transpor. Foi só em 2013, aos 46 anos, que entrei em contato com o stand-up paddle.

Comecei a praticar semanalmente e chegava a ficar quatro, cinco horas remando. Em 2015, eu vi a convocação para a competição anual Molokai to Oahu, no Havaí – uma travessia difícil de 52 quilômetros no Oceano Pacífico. Aquilo foi como um chamado.

A água salgada da minha veia começou a borbulhar e eu senti que precisava ir, que seria a realização da minha vida. Mas, para participar, eu tenho de realizar um grande feito no esporte, ganhar a confiança dos havaianos e só então fazer minha inscrição. Por isso, decidi apresentar uma travessia de 70 quilômetros, entre Ilha Grande e Guaratiba, no Rio de Janeiro.

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Desde então, tenho treinado diariamente com a ajuda de uma equipe de atletas profissionais, nutricionista, fisioterapeuta e personal trainer. Todos eles dizem que é um enorme desafio preparar uma mulher de 50 anos que nunca foi atleta. Mas meus resultados têm sido incríveis. Emagreci 6 quilos, ganhei 2 de músculos e toda a minha estrutura corporal mudou. Eu nem sinto os efeitos da menopausa.

Dia 11 de outubro, fizemos uma prévia, em que percorri 40 quilômetros. Agora estamos apenas aguardando as condições perfeitas do mar para realizar o feito, neste mês. Stand-up virou minha religião. Quando estou ali, entro em estado de meditação. O esporte me traz mais disposição e autoconfiança.”

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