Quem é Theresa May, próxima primeira-ministra britânica
Sua adversária pelo cargo, Andrea Leadsom, deixou a disputa. May será a segunda mulher na história a ocupar o posto.
A disputa para assumir a liderança do Partido Conservador e, consequentemente, o cargo de premiê do Reino Unido – vago após o anúncio da renúncia de David Cameron – estava entre duas mulheres: a secretária de Energia do Reino Unido, Andrea Leadsom; e a secretária do Interior, Theresa May. Na manhã desta segunda-feira (11), Leadson se retirou da disputa, deixando o caminho livre para May assumir. May já liderava a disputa, contando com apoio de mais de 75% do Partido Conservador, que, por ser maioria no Parlamento, elege o primeiro-ministro. Com isso, uma mulher voltará a governar o Reino Unido pela segunda vez, 26 anos após a saída de Margaret Tatcher.
David Cameron deve renunciar oficialmente na quarta-feira (13), entregando o cargo à rainha no Palácio de Buckingham. Theresa May assumirá em seguida, de acordo com informações da rede britânica BBC. Ela tem amplo apoio interno do Partido Conservador e está no governo há seis anos, mais tempo do que a média dos ministros do Interior nos últimos 50 anos.
Durante o plebiscito que decidiu pela saída do Reino Unido da União Europeia (UE), no dia 23 de junho, May fez uma sinalização discreta a favor da permanência no bloco. No entanto, não pretende ignorar o resultado das urnas. Em discurso nesta segunda, ela prometeu que, ao assumir o cargo, irá tirar o país da UE: “Brexit significa Brexit e nós vamos fazer com que seja um sucesso”. E completou: “Não haverá tentativas de permanecer na União Europeia, não haverá tentativas de reintegrar-se pela porta dos fundos ou de realizar um segundo referendo”.
Jeff J Mitchell/ Getty Images
May se posiciona a favor do controle mais rígido das fronteiras no Reino Unido. “Está claro que o voto a favor do Brexit é um mensagem que pede um controle da livre circulação de pessoas. Isto não pode continuar como agora”. Durante discurso na conferência anual do Partido Conservador, em outubro de 2015, ela já havia defendido a posição. “Reduzir e controlar imigração está ficando difícil, mas não há motivos para desistir. Como diz nosso manifesto, ‘nós temos que trabalhar para controlar a imigração e colocar o Reino Unido em primeiro lugar'”, afirmou na ocasião.
Theresa May tem 59 anos e estudou geografia em Oxford, onde conheceu seu marido Philip. Começou a carreira política na década de 1980, trabalhou no Banco da Inglaterra e entrou no Parlamento em 1997 pelo distrito eleitoral de Maidenhead, no sul da Inglaterra. Alguns veículos locais a chamam de “nova Margaret Tatcher”, devido ao seu estilo considerado linha dura no governo. May é cofundadora da Women2Win, campanha criada em 2006 para aumentar o número de mulheres do Partido Conservador no Parlamento.
Entenda a eleição britânica
Os deputados são escolhidos pelos eleitores, mas é o partido que consegue a maioria absoluta na Câmara dos Comuns que converte seu líder em primeiro-ministro. No caso, a eleição atual é para líder do Partido Conservador – atual maioria – e, consequentemente, para chefe de estado.
Antes disso, a eleição é anunciada pelo primeiro-ministro em exercício a qualquer momento do seu mandato após solicitar à rainha que dissolva a Câmara dos Comuns, que tem limitação de cinco anos de exercício. Então, o povo vota em seus representantes na câmara e, assim, se forma a maioria e decide-se qual partido escolherá o primeiro-ministro.
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