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Qual beleza é a sua?

Nossa colunista Marcela Leal mudou o jeito de encarar o belo e pergunta: qual é o seu jeito?

Por Marcela Leal (colaborador)
Atualizado em 28 out 2016, 15h35 - Publicado em 28 dez 2015, 07h00

Quando o assunto é beleza, percebo que a ideia que cada um faz do assunto é bem diferente. Eu mesma achava que uma pessoa bela era aquela que fisicamente seguia os padrões que a nossa sociedade impõe, ou seja: uma pessoa sarada, com abdômen definido, nariz afilado, alta, etc…

O meu avô achava que uma mulher bonita deveria ter curvas, mas não curvinhas como vemos hoje, curvas mesmo, pneuzinhos, um quadril largo, sem nenhum osso aparecendo e com muita celulite. Juro! Meu vô pirava nesse padrão.

Já para as Mulheres Girafas da tribo Karen Padaung, na Tailândia, beleza mesmo é ter um pescoço de quase um metro, esticado por vários anéis de metal ao longo dos anos. Imagino um homem dessa tribo sentindo desejo por uma mulher desta e falando: “Vem cá, pescoção gostoso! Te quero!”. E convenhamos que, na hora “H”, deve ser bem complicado, né?

E na longínqua constelação de Antares, a beleza é você ser verde. Quanto mais verde, mais belo, com olhos gigantes e um crânio em formato de balão, sem boca, é claro.

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Ou seja, a beleza é relativa. Talvez a única forma de padronizar a beleza, encontrando assim um link em todas as tribos, seja olhar para a beleza real, vulgo “beleza interior”, que muitos acreditam ser uma fábula, mas te garanto que não é.

Tenho uma amiga modelo, muito bem sucedida na profissão e absolutamente perfeita para os padrões sociais vigentes por aqui. Toda vez que ela passa, os homens se curvam para olhar, ficam loucos. Ela tem muito dinheiro, viaja o mundo, tem todas as possibilidades para viver o melhor relacionamento amoroso possível, mas não vive. Com ninguém! Fuma, toma antidepressivo por conta de um transtorno alimentar seríssimo e nunca conseguiu se manter em um relacionamento por mais de dois meses. Ela sofre muito com isso.

A outra amiga preenche o clichê da dona de casa e mora no interior do Paraná, numa chácara, com o marido e dois filhos. Sempre questionei sua escolha porque achava que ela estava abandonando seus sonhos de adolescência de ser uma empresária bem sucedida do ramo dos cosméticos. Eu achava que aquilo era “desistir da vida” e muitas vezes a critiquei.

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Outro dia encontrei as duas, não via há muito tempo. A minha amiga da chácara estava com um olhar vivido, brilhante, profundamente presente. Me mostrou fotos da família e dos amigos e percebi que ela vivia rodeada de afeto por todos os lados. Percebi o cuidado que tinha com todos à sua volta e assim ela foi comigo, dando toda a atenção e carinho. Não tinha a beleza física da outra, mas tinha a vida e nitidamente estava em paz com ela mesma e com as escolhas que fez (afinal, o meu conceito de realização era bem diferente do dela). E a outra não saía do celular, conversou muito pouco com a gente. Não olhava nos nossos olhos e, quando olhava, não estava ali. Na verdade, ela não estava em lugar algum porque não estava se sentindo bem dentro do próprio corpo. Imagino que seja dessa forma que ela se comporte em suas tentativas de relacionamento. E, se ela não está presente, quem vai ficar?

Que bom que o meu conceito de beleza mudou. Confesso que hoje não me interesso mais por quem valoriza a forma. Não tenho certeza, mas possivelmente se hoje um Antariano chegasse para mim de forma amorosa para conversar eu o aceitasse, sem estranhar. Beleza hoje, para mim, é gentileza, amor, afeto, cuidado, atenção, disponibilidade pro outro. Isso é ser belo! E você? Que beleza é a sua?

Marcela Leal é humorista e escreve esta coluna quinzenalmente. Para falar com ela, clique aqui!

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