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“O Brasil tem mostrado protagonismo nas políticas de combate à violência contra a mulher”, diz diretora-executiva da ONU

A subsecretária-geral das Nações Unidas, Phumzile Mlambo-Ngucka, visita nosso país durante a campanha mundial dos 16 Dias de Ativismo Pelo Fim da Violência contra as Mulheres

Por Isabella Marinelli
Atualizado em 11 abr 2024, 17h46 - Publicado em 20 nov 2015, 09h50
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Aqui no Brasil, começa hoje, no Dia da Consciência Negra, a campanha “16 Dias de Ativismo”. O movimento foi iniciado em 1991, quando mulheres de diferentes países, reunidas pelo Centro de Liderança Global de Mulheres (CWGL), desenvolveram uma campanha com o objetivo de promover o debate e denunciar as várias formas de violência contra as mulheres. A data é uma homenagem às irmãs Pátria, Minerva e Maria Teresa, que se posicionaram contrárias ao ditador Trujillo, ficando conhecidas como “Las Mariposas”. Elas acabaram sendo assassinadas em 1960, na República Dominicana.

Atualmente, cerca de 150 países apoiam essa causa. Por aqui, ela acontece desde 2003 com ações de mobilização e discussão sobre o tema. A cor laranja, que tinge o movimento, “evoca a solidariedade e a energia necessária para que superar situações violentas”, segundo a ONU.

Por que é importante?

Segundo o Mapa da Violência de 2015, um estudo elaborado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), com o apoio da ONU Mulheres e da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS/OMS), o Brasil ocupa a 5ª posição no ranking de feminicídio, com uma taxa de 4,8 assassinatos por cada 100 mil mulheres. Os números são assustadores e dados ainda piores se somam a essa triste realidade: 55,3% desses crimes foram cometidos no ambiente doméstico e 33,2% dos assassinos eram parceiros ou ex-parceiros das vítimas, segundo o Ministério da Saúde.

A pesquisa menciona ainda um aumento de 54% em dez anos no número de assassinatos de mulheres negras, passando de 1.864, em 2003, para 2.875, em 2013.

“Torne o Mundo Laranja”

Estatísticas assim foram projetadas no Museu Nacional, em Brasília, nos dias 18 e 19 de novembro. Durante esses dias também aconteceu a visita da subsecretária-geral das Nações Unidas e diretora-executiva da ONU Mulheres, Phumzile Mlambo-Ngucka – que participou, inclusive, da Marcha das Mulheres Negras.

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Ela foi recebida pela presidente Dilma Roussef; a ministra das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos, Nilma Gomes; e a secretária especial de Políticas para as Mulheres do Ministério, Eleonora Menicucci. O grupo conversou sobre a participação do Brasil na 60ª sessão das Nações Unidas sobre a Situação das Mulheres, que acontece em março do ano que vem em Nova York, nos Estados Unidos.

O Brasil presidirá a próxima edição da Comissão sobre a Situação das Mulheres (CSW). O objetivo é suscitar discussões e fomentar a agenda sobre igualdade de gênero. “A partir dessa posição, o país estará em condições de influenciar todos os países do mundo de modo a fomentar a agenda das mulheres, particularmente a Agenda de Desenvolvimento 2030 e o componente gênero ou mulheres”, afirmou a diretora. A importância da nossa participação por lá? Para Mlambo-Ngucka, em contrapartida aos números, o Brasil tem mostrado protagonismo nas políticas de combate à violência contra a mulher. 

Os “16 Dias de Ativismo” vão até 10 de dezembro, que é o Dia Internacional dos Direitos Humanos.

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