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Mulheres estão nove vezes mais sujeitas a serem vítimas de violência em casa do que na rua

Esqueçam o "em briga de marido e mulher, não se mete a colher". Segundo dados apresentados no Women's Forum Brazil 2014, 56% dos homens admitem terem sido violentos com mulheres.

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 28 out 2016, 03h07 - Publicado em 29 Maio 2014, 22h00

Campanha de incentivo à denúncia de violência contra a mulher
Foto: Reprodução/ Campanha “Violência contra a mulher: Eu ligo”

Para que a mulher se desenvolva economicamente e possa assumir postos de maior importância em suas carreiras, é preciso que elas se libertem das amarras da violência, em especial a doméstica. “No Brasil, é nove vezes mais perigoso para uma mulher estar dentro de casa do que fora”, afirmou Carlos Eduardo Zuma, um dos fundadores do Instituto Noos, especializado na dissolução pacífica de conflitos familiares, no Women’s Forum Brazil 2014. O evento que aconteceu entre os dias 26 e 27 de maio, em São Paulo, discutiu como lideranças femininas podem contribuir para uma economia próspera e inclusiva.

“É importante que estejamos discutindo isso agora. Nos anos 1980, por exemplo, a violência doméstica não era vista como uma questão social, era visto como algo privado. Lembram da máxima: “em briga de marido e mulher, não se mete a colher?”, completou Jacira de Melo, uma das fundadoras do grupo SOS Mulheres, na mesa que discutiu o assunto.

Os números da violência

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Dados divulgados em uma pesquisa sobre violência contra a mulher, feita no fim de 2013 pelo Instituto Avon em parceria com o Data Popular, também foram apresentados no evento. Segundo o relatório, cerca de 41% dos brasileiros conhecem um homem que já foi violento com alguma parceira, mas apenas 12% dos homens assumem ter um perfil assim. Outro dado alarmante: 56% dos homens admitem ter cometido atitude que caracteriza violência. Entre os homens da classe alta, esse número é ainda maior: 59%.

Em relação à percepção que homens têm de comportamentos das mulheres, 85% acham que é inaceitável que a mulher fique bêbada, 69% acha um absurdo que elas saiam com os amigos sem os maridos e 46% acham que as mulheres não deveriam usar joias e roupas decotadas. “O machismo é algo muito arraigado em nossa cultura e a violência contra a mulher é a expressão mais brutal desse pensamento. Estamos falando de uma desigualdade muito forte. Ainda se educa homens e mulheres de uma forma muito diferente. Se fala o que é apropriado para o comportamento masculino e o que é inapropriado para o comportamento feminino”, afirmou Jacira.

Campanha ‘Eu Ligo 180’

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No evento, a ministra Eleonora Menicucci, da Secretaria de Políticas para Mulheres, lançou a campanha do governo federal que prevê estimular denúncias contra casos de violência contra a mulher. Lançada como forma de implementar a Lei Maria da Penha, de 2006, em cidades pequenas, a campanha “Violência contra a mulher: Eu ligo” também prevê combater o turismo sexual, em especial em grandes eventos, como a Copa do Mundo. Segundo a ministra, os serviços do número 180 já atingiram mais de 70% dos brasileiros e munícipios de no mínimo 10 mil habitantes.

Jacira de Melo defendeu a denúncia como forma de quebra do ciclo de violência. “Há três coisas que os homens agressores têm medo: a primeira é de que a empresa que ele trabalha fique sabendo que ele é violento; em segundo lugar, que a família fique sabendo; e, em terceiro lugar, que os filhos presenciem essa violência”, afirmou.

Ela ressaltou, no entanto, que a estrutura para que essa mulher denuncie também tem que ser melhorada. “Os serviços públicos ainda estão muito contaminados, as delegacias das mulheres não têm a estrutura necessária e há apenas 100 abrigos de recepção no Brasil todo para mulheres que decidem denunciar e têm que sair de casa”, disse.
 

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