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O adeus à Suzana Amaral, diretora de “A Hora da Estrela”

A cineasta, que entrou na universidade depois dos 40 anos, com nove filhos, dirigiu mais de 50 filmes ao longo da vida

Por Da Redação
Atualizado em 25 jun 2020, 21h42 - Publicado em 25 jun 2020, 20h58

Suzana Amaral, roteirista, cineasta, diretora e professora, faleceu na tarde desta quinta-feira (25), no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo. Suzana foi internada por conta de problemas respiratórios, o que fez com que ela passasse por exames para ter um diagnóstico. Entretanto, a causa da morte não foi anunciada. O anúncio, divulgado pelo Estadão, foi feito pelo amigo da família, o educador Paulo Portela a pedido da crítica Aracy Amaral, irmã da cineasta. Informações como o local e horário do velório e sepultamento ainda não foram divulgados. 

Para a Folha de São Paulo, veículo que Suzana foi critica de cinema, Flavia Amaral, uma de suas filhas, disse: “minha mãe deixa legado em várias áreas, sobretudo no cinema. Suzana veio e trouxe para o cinema brasileiro uma nova linguagem, uma poética que era só dela — com muita influência do cinema alemão. Ela também deixa um legado na sua ética como professora, além de ter sido uma mãe maravilhosa”. Flavia completa: “que ela seja uma bandeira para que se salve o cinema nacional, bem como todas as áreas da cultura, que estão tão vilipendiadas nos nossos dias”.

Com mais de cinquenta filmes sob a sua direção, na década de 60, mais especificamente em 1968, Suzana prestou vestibular para o curso de Cinema na Escola de Comunicação e Arte da Universidade de São Paulo (USP) e passou. Enquanto conciliava os estudos, a na época universitária também era mãe de nove filhos e prestes a se tornar avó. Uma combinação que afrontava os padrões impostos na época, em que a ditadura militar cerceava direitos com tanta truculência. Nesta época, os primeiros curtas-metragens de sua carreira foram lançados: Eu sou Vocês, Nós Somos Eles, Semana de 22 Sua Majestade, Piolin. 

Em 1972, com o diploma de cineasta já em mãos, Suzana passou a ocupar as salas da ECA por uma outra perspectiva, como professora de roteiro e fotografia. Para aprimorar ainda mais seu repertório acadêmico, em 1976, o próximo passo na sua vida é o mestrado em direção de cinema na Tisch School of the Arts da New York University (NYU), nos EUA, que foi feito concomitantemente ao curso de atuação e direção de filmes no Actor’s Studio. O resultado desse período de estudos foi o documentário Minha Vida, Minha Luta, premiado como melhor média-metragem no Festival de Brasília.

Onde tem uma vontade tem um caminho

Suzana Amaral
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De volta ao Brasil, Suzana fez história também com o seu trabalho na televisão com produção e direção em programas para a TV Cultura de São Paulo até 1987, como o curta-metragem Erico Veríssimo (1975), que na época foi feito como uma homenagem póstuma ao escritor. Além disso, também dirigiu a série Pensamento e Linguagem A Casa de Bernarda Alba, uma adaptação da obra do escritor espanhol Federico García Lorca. Em 1979, seu curta Minha Vida, Nossa Luta recebeu o prêmio de Melhor Filme no Festival de Brasília com o curta  (melhor filme). Na época, a obra serviu de base a atuação dos movimentos pelas creches da periferia de São Paulo.

A Hora da Estrela, filme baseado no romance de Clarice Lispector, teve seu roteiro escrito por Suzana em 1984.  Com a sua direção, a obra caiu nas graças do público e da crítica. Os prêmios foram muitos também: doze no Festival de Brasília; o Urso de Prata de melhor atriz para a protagonista Marcélia Cartaxo no Festival de Berlim; Festival de Havana, entre outros europeus, asiáticos e latino-americanos. Já nos anos 2000, Suzana filmou o longa-metragem Uma vida em segredo, (2001), Hotel Atlântico (2009).

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