Morre Alicia Alonso, uma das maiores bailarinas clássicas da História
A bailarina cubana de 98 anos é um dos ícones da dança
Morreu hoje, em Havana, aos 98 anos, uma das maiores lendas do balé clássico, a cubana Alicia Alonso. A informação foi divulgada pelo Balé Nacional Cubano, que a bailarina e coreógrafa fundou em 1948 e dirigiu até sua morte. Segundo a TV cubana, a causa da morte foi uma “doença cardiovascular”.
A história de Alicia é fascinante. Começou no balé clássico ainda nova e aos 20 anos já era uma das maiores estrelas do American Ballet Theatre, em Nova York, estrelando todos os clássicos e cativando um grande número de fãs. Carismática e brilhante nos palcos, Alicia dançou até os 74 anos, quando já estava completamente cega. Os problemas com a visão começaram quando ainda tinha 23 anos e descobriu que tinha descolamento da retina. As várias cirurgias não conseguiram salvar sua visão. Ela dançava se guiando pelas sombras e luz do palco e seus parceiros a ajudavam a se posicionar. Ainda assim, poucas dançaram tão bem quanto ela.
Alonso surpreendeu ao mundo durante os anos de Guerra Fria quando abandonou a carreira nos Estados Unidos e voltou para Cuba, apoiando a revolução de Fidel Castro. Era simplesmente idolatrada por todas as estrelas da dança e uma das poucas consideradas ballerina assoluta, título associado a virtuosos e ícones. Ela dançou algumas vezes no Brasil e apresentou dois dos papéis mais famosos de sua carreira: Giselle e Carmen.
“Danço dentro de mim, com os olhos fechados”, ela dizia.
O mundo da dança fica um pouco mais triste hoje.
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