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Julianne Moore: “Quando chego em casa, deixo o trabalho para trás”

Em novo filme, a atriz comove como uma policial com câncer terminal que luta pela companheira. Na vida real, reflete sobre a fragilidade da vida e o melhor jeito de lidar com isso

Por Mariane Morisawa (colaboradora)
Atualizado em 27 out 2016, 21h46 - Publicado em 15 abr 2016, 19h04
Reprodução/Getty Images
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Vencedora do Oscar por sua atuação em Para Sempre Alice (2014), Julianne Moore encara outro papel desafiador em Amor por Direito, de Peter Sollett, que estreia no dia 21. No longa, baseado em uma história real, a atriz de 55 anos é Laurel Heston, policial que esconde sua homossexualidade até ser diagnosticada com um câncer em estágio avançado. Doente, ela reúne forças para lutar pelo direito à pensão da companheira, Stacie Andree, interpretada por Ellen Page. O filme se passa quase dez anos antes da aprovação do casamento entre pessoas do mesmo sexo no estado americano de Nova Jersey, que ocorreu em 2013. Julianne conversou com CLAUDIA em Toronto.

CLAUDIA: O fato de fazer um filme com essa temática mostra que você também é contra qualquer discriminação?
Julianne Moore: Sim. Mas, acima de tudo, trata-se de uma história de amor, a coisa mais importante do mundo. A ideia de crescer e encontrar alguém com quem dividir a vida, ter uma casa e viver em comunidade é uma das melhores da história da humanidade.

Tivemos muitos avanços desde a época em que se passa o filme, não?
Certamente. A morte de Laurel teve impacto nas leis de Nova Jersey, criando uma demanda pela aprovação do casamento entre pessoas do mesmo sexo no estado, e daí no restante dos Estados Unidos. Tudo aconteceu em dez anos, o que é extraordinário. Quando meus filhos eram pequenos, brincávamos de Jogo da Vida e, quando havia a chance de casar, deixava que eles escolhessem se seria com um homem (pino azul) ou uma mulher (pino rosa). Assim, desde pequenos, eles souberam que tinham escolha. E isso é revolucionário.

Divulgação
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O casal Julianne e Ellen Page em cena de “Amor por Direito”: batalha contra a discriminação.

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Ao interpretar uma pessoa que está morrendo, você se sente vulnerável?
Quando chego em casa, deixo o trabalho para trás. Tenho responsabilidade com minha família. O ofício do ator consiste em criar empatia, tentar entender algo, mas não dá para confundir a experiência da personagem com a sua. Dizer que sei exatamente o que passou Laurel é blasfêmia.

Você também escreve livros. Como anda sua carreira literária?
Sempre digo que não sou Philip Roth (famoso autor americano)! São livrinhos infantis. Escrevo sobre temas importantes para as crianças e que normalmente não ganham tanta atenção dos adultos, como a perda do primeiro dente.

E onde guarda seu Oscar?
No meu escritório. Não é muito glamouroso. Ele fica ao lado da minha Palma de Ouro do Festival de Cannes.

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