Por que a inflação caiu, mas os preços de gás e gasolina subiram?
Aumento de 10% em itens que pesam no bolso não reflete inflação ter sido a menor desde 1998
Em 2017, a inflação fechou em 2,95%, chegando a ser o menor IPCA desde 1998, além de ser o menor número registrado desde que o regime de metas foi criado em 1999. Porém, aos olhos da população, a situação parece outra. Os preços de gasolina, gás de cozinha e energia elétrica aumentaram.
Em entrevista a Exame.com, Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados, explica que esse aumento de preço não está relacionado com a inflação, mas com outros fatores. “Temos itens que pressionaram para cima, e é normal do consumidor focar nos elementos mais visíveis. Mas especialmente alimentação em 2017 foi forte elemento de deflação, e o o peso de 25% que esse grupo tem no IPCA é bem maior do que o peso de 10% desses três itens”, disse.
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Gasolina e gás de cozinha
Os incontáveis reajustes no preço da gasolina se justificam pela nova política de reformas iniciada pela Petrobras no início de julho. Agora, as condições de mercado são analisadas quase diariamente, e não mais mensalmente como era feito antes. Desde a implementação da nova medida até o final do mês de dezembro de 2017, foram 115 reajustes.
A Petrobras também mudou a política de reajustes para o gás de cozinha, por isso o aumento no preço. No entanto, em dezembro a empresa anunciou que vai rever essa metodologia, que tem como base o mercado europeu, considerado de alta volatilidade.
Energia elétrica
A conta de luz passou por cobranças extras devido a necessidade de se ligar usinas termelétricas em caso todos os meses de 2017 devido a falta de chuvas. No entanto, a expetativa é de que este ano as coisas sejam diferentes, já que em janeiro a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) trocou a bandeira para verde (sem cobrança extra), aposta André Braz, especialista em inflação do Ibre/FGV a Exame.com.