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Humans Of New York: projeto encontra beleza nas histórias comuns

No projeto Humans of New York, o fotógrafo americano Brandon Stanton transforma o normal em extraordinário ao apontar sua câmera e atenção a histórias e emoções de pessoas comuns. Agora, ele aproveita os mais de 17 milhões de seguidores para apoiar iniciativas humanitárias

Por Isabella D'Ercole Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 28 out 2016, 04h52 - Publicado em 13 mar 2016, 07h00

Em 2010, o historiador americano Brandon Stanton deu início a um projeto audacioso: um estudo antropológico da população de Nova York através de fotos. Esperava, com seus retratos, esclarecer a miscelânea de culturas ali reunidas. Em pouco tempo, porém, a ideia ganhou outro formato. Stanton percebeu que, mais ricas do que as imagens, eram as histórias que coletava. Assim surgiu o Humans of New York (Humanos de Nova York). Presente nas redes sociais Facebook, Instagram e Tumblr, esse álbum reúne conselhos, casos, dramas e declarações de amor, entre mais de 5 mil relatos. “Com o passar do tempo, a conversa se aprofundou. No começo, ficava 15 minutos com cada pessoa, agora passo de 45”, contou ele durante o lançamento de seu terceiro livro, em outubro passado. Humans of New York: Stories, ainda sem versão em português, ficou mais de 25 semanas na lista dos mais vendidos do jornal The New York Times.

Divulgação
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Nascido no Estado da Geórgia, Stanton, hoje com 32 anos, tinha acabado de perder o emprego no mercado de ações, em Chicago, quando foi para Nova York. Resolveu que buscaria um trabalho com horário flexível e em que pudesse fazer algo que ama. Começou a fotografar sem ter nenhum curso no currículo. “Mas não foi do nada que deu certo. Passei anos experimentando e errando”, disse. A popularidade do HONY, como é conhecido, cresceu sem parar. Só no Facebook são 17 milhões de fãs, com algumas postagens chegando a 73 milhões de compartilhamentos. A audiência cativa, segundo o autor, não se dá pela qualidade das fotos (embora essa seja alta, já que ele não usa a câmera do celular, mas uma profissional), mas pelos personagens – pessoas comuns, falando sobre emoções familiares a todo mundo. “Quanto mais detalhes, melhor. Assim, criamos empatia pelo próximo, mesmo que ele pertença a outra realidade.”

Ao perceber a influência da rede, Stanton resolveu mobilizá-la a favor de causas humanitárias. Em janeiro de 2015, arrecadou mais de 1 milhão de dólares para uma escola pública do Brooklyn – o que lhe rendeu um convite para conhecer o presidente Barack Obama. A Organização das Nações Unidas também contou com a fama do fotógrafo. A convite da ONU, ele expandiu as fronteiras do projeto para além de Nova York e viajou para mais de 20 países, incluindo Paquistão e Irã. No mês passado, Stanton iniciou uma série pelos presídios norte-americanos. Como toda boa ideia, o Humans of New York já inspirou projetos parecidos em outras cidades (no Brasil, São Paulo e até o Rio Doce, após a tragédia da barragem, têm os seus) e faz todo dia milhões de pessoas conviverem com o diferente, mesmo que só pela tela do celular.
 
Doações a desconhecidos

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No Paquistão, o lado humanitário do HONY ganhou destaque. Fugida de uma relação abusiva, a mãe da foto ao lado (acompanhada por um conhecido) emocionou os seguidores, que depois do retrato se uniram em doações. A ONG de Syeda Ghulam Fatima (à direita), que luta pelo fim do trabalho escravo, recebeu 2,3 milhões de dólares, com os quais libertou mais de cem pessoas.

 
Educação garantida

“Minha maior inspiração é a diretora da escola, senhorita Lopez (de roxo). Uma vez, ela fez todo mundo ficar de pé e disse a um por um que nós somos importantes”, contou Vidal, o garoto ao lado, a Stanton. O fotógrafo resolveu conhecer a escola. Ficou impressionado com o trabalho da equipe, mas devastado com a falta de recursos. Organizou uma arrecadação de fundos que passou de 1,4 milhão de dólares para cursos e bolsas de estudo.

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