Christian Bale antes de ser ator: “Não ia bem na escola, roubava coisas em lojas”
Em cartaz nos cinemas com "Êxodo: Deuses e Reis", Bale conta que não ia bem na escola e até roubava coisas em lojas. E para o diretor Ridley Scott, o ator é a perfeita definição de Moisés.
Em mais de 25 anos de carreira, Chistian Bale foi descrito como intenso, sério, até difícil ou esquisito. Não é a impressão que fica depois de uma conversa com o ator ganhador do Oscar de 2011, por “O Vencedor”, de David O. Russell. Famoso também por viver o atormentado super-herói na série Batman – O Cavaleiro das Trevas, de Christopher Nolan, o galês de 40 anos é casado há 14 com Sibi Blazic, com quem tem duas crianças, uma de 9 anos e outra de 4 meses, e é dono de um humor sutil e uma surpreendente modéstia. Está à vontade ao falar de “Êxodo: Deuses e Reis” – filme de Ridley Scott em que encarna Moisés, personagem bíblico que libertou os escravos no Egito -, vida e trabalho.
Como foi receber o convite para ser Moisés?
Ridley Scott veio à minha casa dizer que queria fazer a história do Êxodo. Pensei: “Eu, de Moisés?” E respondi: “Me deixe pensar um minuto”. Liberdades foram tomadas, até porque há diferentes versões da história. Li a Bíblia, a Torá, partes do Alcorão.
Qual foi o treinamento para o filme?
Antes de fazer “A Trapaça” (pelo qual concorreu ao Oscar neste ano), sofri um acidente feio numa corrida de moto. Bati a cabeça forte, tive de fazer tomografias. Meu pulso é de metal, minha clavícula também. Ainda não podia fazer muita coisa quando tive o primeiro encontro com Ridley. Mas me recuperei. Treinei luta, arco e flecha e cavalgada.
Em “Êxodo: Deuses e Reis”, que estreia no dia 25, o vencedor do Oscar “visita” tempos bíblicos.
Ainda anda de motocicleta?
Nunca andei na rua, porque sempre achei uma loucura. Mas participava de corridas. Ainda ando em pistas, mas não corro mais em provas. Não dá, sou pai de dois filhos!
Para o diretor Ridley Scott, você é a perfeita definição de Moisés. Concorda?
Não sei se isso é um elogio, porque o homem era uma contradição completa. Libertou escravos de um Estado autoritário, mas fez coisas chocantes mais tarde.
Você é conhecido por papéis dramáticos. Gostaria de fazer comédia?
Respeito o que comediantes conseguem fazer. É preciso ter um ego grande para subir num palco e ser engraçado. Não sei se tenho essa habilidade. Mas há filmes meus que acho cômicos, como “Psicopata Americano”.
O que teria ocorrido se Spielberg não o chamasse para “O Império do Sol” quando você tinha 13 anos?
Honestamente, não sei. Eu não ia bem na escola, roubava coisas em lojas… Isso mesmo com a perspectiva de ser ator. Sem a opção dessa carreira, então, não faço ideia do que teria feito. Mas tinha um pai que me apoiava em tudo.