Candidatas do Prêmio CLAUDIA respondem perguntas das leitoras
Finalistas da categoria Políticas Públicas respondem as seguidoras do Instagram @claudiaonline. Conheça o trabalho de Paula Johns, Maria Clara de Sena e Heloísa Helena de Oliveira
Embora com trajetórias distintas, as candidatas de Políticas Públicas do Prêmio CLAUDIA têm algo em comum: todas lutam por causas que acreditam. Convidamos as seguidoras do Instagram @claudiaonline a enviar perguntas para as finalistas.
Confira as respostas e os trabalhos das candidatas:
Paula Johns é fundadora da Aliança de Controle do Tabagismo + Saúde (ACT+). Apresentou a ideia de implementar uma lei rigorosa contra o fumo em ambientes públicos. Recebeu sinal verde, e a nova regra passou a valer em São Paulo a partir de 2009. Mais dois anos e a restrição seria adotada em âmbito nacional.
@palomamerello – Com tantas ideias a favor da saúde, será que a Paula Johns tem algum projeto no sentido de melhorar a qualidade da alimentação no Brasil? Sabemos que o Brasil é um dos países que permite certos tipos de agrotóxicos proibidos em outros países e que a produção orgânica ainda é muito pequena. Gostaria de saber a opinião dela sobre este assunto.
Paula Johns – Além do controle do tabagismo, a alimentação saudável é uma das nossas pautas prioritárias na ACT+. Nós participamos de uma rede de controle de agrotóxico, apoiamos projetos e articulamos com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Atuamos na regulação do marketing de produtos alimentícios nocivos à saúde e no aumento de imposto de bebida açucarada. A gente também defende que é preciso melhorar a rotulagem dos produtos, porque as informações são pouco informativas e não são claras para o consumidor. Principalmente os alimentos com excesso de sódio, açúcar e gorduras trans. Eu tenho uma pequena propriedade rural com o meu marido e a gente produz orgânicos, no Rio de Janeiro. A gente se articula com os agricultores de pequeno porte na região. É algo que precisa fortalecer.
Conheça o trabalho de Paula Johns e dê o seu voto!
Maria Clara de Sena idealizou com colegas o projeto Fortalecer para Superar Preconceitos. Depois de ouvir as travestis detentas, Maria Clara pleiteou e conseguiu uma ala exclusiva para elas, onde ficariam livres da exploração sexual praticada pelos homens. Desde 2014, verifica as condições de locais onde os maus-tratos são comuns, como presídios, asilos, delegacias e clínicas de reabilitação para dependentes químicos. É a única transexual no mundo no cargo de Mecanismo de Prevenção e Combate à Tortura, órgão do estado pernambucano cuja criação segue uma recomendação das Nações Unidas.
@prisciladosanjos – Muito feliz por essa mulher maravilhosa estar concorrendo! Como será que a revista e a própria Maria Clara de Sena interpretam a representatividade da participação de mulheres negras em premiações como essa?
@claudiaonline – Pri, para a gente é um orgulho imenso, não tenha dúvidas!
Maria Clara de Sena – Com a indicação do prêmio CLAUDIA eu posso dizer para outras mulheres negras que nós podemos avançar. Sem pressa, mas com foco e intensidade. Nós, negras, devemos olhar para o futuro, mas sem esquecer do nosso passado. É um avanço não só de porcentagem, e sim de toda a humanidade.
Conheça o trabalho de Maria Clara de Sena e dê o seu voto!
Heloísa Helena de Oliveira é administradora executiva da Fundação Abrinq, entidade que monitora 1,6 mil projetos de lei que dizem respeito à infância. Expõe aos políticos argumentos para tentar barrar ou alterar as decisões que não favorecem as meninas e os meninos do Brasil. Sua atuação foi fundamental para frear as tramitações que pretendem rebaixar a maioridade penal de 18 para 16 anos. Criou também o portal Observatório da Criança, com índices oficiais sobre infância.
@melissagomesn – Olá Heloísa! Faço parte da @amaresimples_ong, voltada para mudar a postura do voluntariado jovem no Brasil. Admiro muito o seu trabalho e gostaria de saber em que medida os adolescentes têm apoiado a sua luta. Você considera que eles estão por dentro do contexto político e engajados em também lutar pelos próprios direitos?
Heloísa Helena de Oliveira – O Brasil caiu 64 posições no ranking de direitos da criança, o KidsRight. Estávamos na 43a posição e agora estamos em 107a. O relatório defende que é preciso melhorar a participação de crianças e adolescentes. A nossa maneira de fazer política é “adultocêntrica”. E quando a gente abre espaço, os jovens participam e contribuem. Participo do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (CONANDA) e nós criamos um conselho formado por jovens. O que a gente percebe é que eles são absolutamente capazes de protagonizar discussões e formular novas políticas. Outro exemplo bem sucedido foram as recentes ocupações das escolas públicas em São Paulo.
Conheça o trabalho de Heloísa Helena de Oliveira e dê o seu voto!