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Campanha incentiva mães e filhas a conversarem sobre aborto

O que você diria para a sua mãe se ela tivesse feito um aborto?

Por Stephanie Bevilaqua (colaboradora)
Atualizado em 28 out 2016, 10h34 - Publicado em 16 set 2015, 12h00

Uma campanha norte-americana encoraja mães e filhas a falarem sobre aborto  – especialmente quando feito antes de ser legalizado nos Estados Unidos – o país legalizou a prática em 1973. #AskYourMother é o nome do movimento criado pela produtora Jenni Konner e pela cineasta e atriz Lena Dunham. A dupla acredita que trocar experiências com pessoas que enfrentaram a situação na época em que o ato de abortar ainda era clandestino faz com que as jovens não sintam vergonham de falar sobre o tema e tirem suas dúvidas. “Isso também nos faz refletir sobre o quanto a humanidade evoluiu legalizando o aborto”, afirma Lena. “Resolvemos publicar essa prévia antes do lançamento oficial da campanha, pois o partido Republicano está ameaçando cortar serviços de planejamento familiar”, conta Jenni.

Jenni resolveu testar qual seria o resultado desta conversa com sua mãe, Ronnie Konner, 72 anos. O resultado foi publicado pela newsletter feminina Lenny, comandada por ela e Lena. Veja alguns trechos abaixo:

“Resolvi começar com um e-mail: ‘Oi mãe, você se lembra do projeto feminista que eu e a Lena começamos? Então, eu queria te perguntar sobre aborto. Você já fez algum?’. Não se assustem: essa é a forma como eu e a minha mãe nos comunicamos – simples e direta. E ela respondeu em seguida: ‘Sim, uma vez. Tive que ir até o México, pois aqui ainda era proibido. Era meu aniversário e eu tive certeza de que eu morreria. Mas no final deu tudo certo’. Minha mãe é do tipo que foge do senso comum. Ela cresceu nos anos 1950 e 1960, foi escritora, roteirista e mãe de dois filhos. Ela sempre foi muito aberta para conversar sobre sexo ou pílulas anticoncepcionais.

Só que desta vez a sua resposta foi incrível, calmante, informativa e, ao mesmo tempo, devastadora! Ela também compartilhou os detalhes – surreais – do aborto comigo e com a Lena. Ela ria e contava com serenidade uma história que mal parecia verdade sendo contada 50 anos depois. ‘O lugar era suspeito e nem o nome do médico eu sabia. Atravessei a fronteira com uma amiga e ela chorou o caminho inteiro. Foi péssimo. Ainda tive que ouvir do meu namorado que o que eu fiz tinha sido um absurdo’.

Arquivo Pessoal
Arquivo Pessoal ()

Ronnie Konner, mãe de Jen, em 1972

Eu fui criada em mundo em que até pouco tempo me mostrou que eu tenho o direito de escolha. No entanto, escolher ainda é um risco. Nos Estados Unidos o aborto é legalizado – se feito por um médico em clínicas. Entretanto, o sistema de saúde ainda é majoritariamente particular, ou seja, muitas mulheres acabam se arriscando, pois não têm dinheiro para arcar com o procedimento. É importante avaliarmos nossos direitos sendo evaporados, principalmente em camadas mais pobres da sociedade. A campanha é ampla e aberta a diferentes interpretações. Pergunte para a sua avó, para o seu pai. Pergunte para as mulheres a sua volta que se lembram de como era a vida antes e depois da legalização do aborto. Falar sobre isso nos faz perder a vergonha. Nos faz lembrar de onde viemos e por que não podemos retroceder.

E, depois de um tempo refletindo sobre o assunto, recebi uma mensagem da minha mãe: ‘O nosso tempo acabou. Agora é a sua vez’”.

Getty Images
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Jenni Konner e Lena Dunham.

Divulgação
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