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Barbara Gancia comenta a “cura gay” no Saia Justa

A jornalista defendeu o direito dos homossexuais que querem procurar tratamentos de "cura"

Por Da Redação
Atualizado em 21 set 2017, 01h27 - Publicado em 21 set 2017, 00h27

A polêmica tomou conta do sofá do programa Saia Justa na noite desta quarta-feira (20). Ao debaterem o tema “cura gay”, que voltou à pauta após uma decisão da justiça do Distrito Federal, a jornalista Barbara Gancia defendeu que o homossexual que deseja ser tratado deve receber o auxílio terapêutico de profissionais da saúde.

“Eu sou homossexual e sei que a Organização Mundial da Saúde diz que não é uma doença. Porém existe gente que não concorda comigo e essas pessoas podem ser homossexuais. E elas devem ter o direito, devem ser protegidas, se quiserem assumir que isso está incomodando: ‘Não quero ser assim. E consequentemente quero ajuda'”, argumentou.

A cantora Pitty, então, rebateu. “Já li muitos estudos sobre uma possível origem genética para a homossexualidade, mas para mim pouco importa. O que me importa é o que a pessoa quer, o desejo que a pessoa tem. Para mim, é mais importante fazer com que essas pessoas se sintam confortáveis em suas peles do que tenham que procurar um tratamento para lidar com um desconforto social causado por nós“, afirmou.

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Gancia retomou a palavra e disse que, após ponderar o que é oportunismo político, o que é charlatanismo e o quanto a medida atende uma minoria dentro de outra minoria, é importante que exista dinamismo ao lidar com a questão. “Enquanto não estiver estabelecido cientificamente, é saudável que a gente possa ir, vir, contemplar algo novo…”, defendeu ao se referir à decisão judicial.

A apresentadora e mediadora das discussão, Astrid Fontenelle, puxou o questionamento para si. “O que você está tentando me dizer é que você concorda que não há cura gay, mas quer que a gente converse de outra forma com as pessoas que a gente pensa que são parte da minoria. É isso?”, perguntou.

Após Barbara comentar a ausência de assistência do Estado e as diferenças sociais e culturais do Brasil, Pitty disse que entende a aflição de uma mãe que não sabe como lidar com a descoberta da homossexualidade de um filho. Então, Gancia  concordou afirmando que, a partir disso, essa mãe não poderia “ir para a ilegalidade” caso buscasse ajuda. Mas a cantora retomou o fio da meada e lembrou que, enquanto sociedade, o mais saudável seria trabalhar a longo prazo para que a mentalidade preconceituosa seja modificada através da educação.

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Ao chamar o bloco seguinte, Astrid finalizou o papo dizendo que ser gay não é doença.

Os internautas, é claro, participaram ativamente da discussão. Se por um lado muitos deles concordaram com o direito de procurar ajuda, outros lembraram que é negativamente simbólico existir um tratamento para algo que não é doença e que isso coloca em risco pessoas que não querem ser tratadas — mas serão submetidas a tratamentos compulsórios pela família intolerante, por exemplo.

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Entenda o caso

A Justiça Federal do Distrito Federal determinou, em caráter liminar, que o Conselho Federal de Psicologia altere a interpretação de suas normas de forma a não impedir os profissionais “de promoverem estudos ou atendimento profissional, de forma reservada, pertinente à (re)orientação sexual, garantindo-lhes, assim, a plena liberdade científica acerca da matéria, sem qualquer censura ou necessidade de licença prévia”.

(Reprodução/Reprodução)

Na sentença, o juiz Waldemar Cláudio de Carvalho não afirma que a homossexualidade é doença, mas, por outro lado, abre brecha para essa patologização. Vale lembrar ainda que, de forma parcial, a decisão toca uma ação movida por Rozangela Alves Justino, psicóloga e missionária, contra o Conselho Federal de Psicologia. Em 2009, a profissional teve o registro cassado por oferecer “terapias de cura para a homossexualidade masculina e feminina”. No mesmo ano, chegou a dizer que pessoas têm atração pelo mesmo sexo “porque foram abusadas na infância e na adolescência e sentiram prazer nisso”.

Por isso, além de gerar dúvidas, a determinação é considerada paradoxal por muitos advogados e especialistas em direitos LGBT, como Renan Quinalha.

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O CFP vai recorrer às instâncias superiores.

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