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Alunas se mobilizam para que Fuvest inclua mais autoras em lista de livros

Atualmente, das nove obras que compõem a leitura obrigatória, apenas uma foi escrita por uma mulher

Por Gabriela Teixeira (colaboradora)
Atualizado em 17 fev 2020, 15h15 - Publicado em 23 jul 2019, 17h30

Um coletivo estudantil da Escola Nossa Senhora das Graças, localizada no bairro Itaim Bibi, em São Paulo, lançou um abaixo-assinado solicitando que a Fuvest (Fundação Universitária para o Vestibular) adicione mais autoras mulheres em sua lista de leituras obrigatórias para o vestibular. Atualmente, das nove obras que compõem a lista, apenas uma foi escrita por uma mulher. A Fuvest é a porta de entrada para a Universidade de São Paulo (USP). 

“O que nos motivou foi a revolta que sentimos em relação à desvalorização que as mulheres enfrentam em todos os âmbitos, inclusive no literário”, explica Alice Lauria, 16 anos, estudante do segundo ano do Ensino Médio e integrante do Coletivo feminista “Eu não sou uma Gracinha“, em entrevista à CLAUDIA.

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Criado em 2014, o Coletivo surgiu a partir de uma iniciativa de alunas para alunas com o propósito de acolhê-las e conscientizá-las, levando o movimento feminista para o cotidiano estudantil. Ao mesmo tempo, objetiva combater ações machistas presentes no ambiente escolar.

Através de uma parceria com o site Change.org e motivadas pelo choque causado pela ausência feminina na lista do vestibular, Alice e suas colegas Luiza Alonso, 17 anos, e Lena Giuliano, de 16, decidiram criar o abaixo-assinado.

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A petição faz parte do programa “Elas mudam o mundo“, através do qual a plataforma se propõe a empoderar mulheres a usar a tecnologia para gerar mobilização a favor das mudanças sociais que desejam.

Queremos ser ouvidas

Desde que foi ao ar, o abaixo-assinado já conta com mais de 3100 assinaturas das 5000 determinadas pelo site. Mas Alice explica que a verdadeira meta é outra. “É sermos ouvidas pela Fuvest de alguma forma. Vamos continuar divulgando e lutando até que a gente obtenha algum tipo de resposta”.

Enquanto isso não acontece, elas tomam outras atitudes para proporcionar o devido reconhecimento às escritoras. Na biblioteca da escola, por exemplo, inauguraram uma estante feminista. Batizado com o nome de “Maria Firmina dos Reis“, o espaço conta apenas com livros escritos por mulheres.

“Mesmo estudando profundamente sobre o romantismo há mais de quatro meses, nosso professor nunca havia mencionado a Maria Firmina, primeira escritora romântica negra, ou mesmo nenhuma outra. Para nós, ela representa muito: além de ser mulher, era negra e havia escrito o primeiro livro que relatava a escravidão do ponto de vista dos escravos”.

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Alice ressalta que a petição não visa adquirir privilégios, muito pelo contrário. “As mulheres precisam de representatividade. As jovens precisam de escritoras mulheres nas quais elas possam se inspirar. Os livros que os jovens vestibulandos leem muitas vezes são só os de leitura obrigatória do vestibular e olhe lá! Não ter representatividade feminina nestas listas é não apresentar autoras mulheres para os jovens e, dessa forma, as escritoras serão sempre postas de lado.”

Procurada pela reportagem, a Fuvest não se pronunciou até o momento de publicação desta matéria. É possível contribuir com o projeto assinando a petição através deste link.

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