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5 caminhos para ser mais feliz

Não existe tem segredo: a procura pela satisfação pessoal é individual e intransferível! Aqui, apontamos alguns caminhos possíveis

Por Liliane Prata
Atualizado em 12 abr 2017, 16h21 - Publicado em 2 set 2016, 16h49
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Não existe receita pronta: a procura pela satisfação pessoal é individual e intransferível. “Muita gente acha que felicidade é ter uma vida pacata, convencional. Você quer comprar geladeira, TV, viajar para a Disney, ter casa própria e, além desses itens de consumo, quer se refugiar em uma rotina previsível, sem sobressaltos, evitando ao máximo o sofrimento. Para mim, essa é uma vida medíocre, bem longe da minha ideia de felicidade”, diz o filósofo Luiz Felipe Pondé. Filho e neto de médicos, ele conta que estava no meio do curso de medicina quando decidiu jogar tudo para o alto e ser filósofo, se lançando em um caminho profissional muito mais incerto. “Acredito que a gente não deve se preocupar em fugir da dor, mas em seguir nossos sentimentos – mesmo que isso implique sofrimento. E vai implicar, pode ter certeza. Mas eu não sei viver de outra forma”, afirma ele.

Para a monja Zentchu, a jornada feliz consiste em seguir a vida monástica e alcançar a verdade dos ensinamentos de Buda. Já para Fred Di Giácomo e Karin Hueck, autores do projeto Glück, uma investigação sobre felicidade, essa busca envolveu largar seus empregos formais para passar um ano em Berlim pesquisando sobre o tema. Esclarecem, no entanto, que não entendem que felicidade passe necessariamente por essa ideia romântica de “abandonar tudo”. “Não há uma fórmula que funcione para todo mundo. Por isso, o autoconhecimento é fundamental”, diz Fred. Se você está bem resolvida com suas questões e escolhas, é mais fácil ser feliz.

Sonhe com o que é possível

Se, a longo prazo, realizar desejos grandiosos ou sofrer revezes não faz diferença, por que ir atrás dos sonhos ou simplesmente fazer escolhas? “Nós devemos, sim, ter preferências e objetivos”, diz Gilbert. “Querer demais alguma coisa, exagerar a distância entre o futuro que você quer e o que você não quer é que nos coloca em risco.” Em outras palavras, se sabemos que nossa felicidade não é tão afetada pelas circunstâncias, por que nos angustiar tanto em busca de sonhos difíceis de realizar ou brigar com a vida quando ela não atende às nossas expectativas? Como diria o filósofo Montesquieu, do século 18: “Um homem não é infeliz porque tem ambições, mas porque elas o devoram”.

Valorize o momento presente

Um bom modo de diminuir a angústia pode estar em se concentrar mais no momento, em vez de ficar sempre com a cabeça em metas e planos futuros. É por isso que, no budismo, felicidade envolve estar inteiro no que você está fazendo. “Na meditação, você traz a mente para o presente. Não é brigar com os pensamentos, mas percebê-los e voltar a atenção para o agora”, diz a monja Zentchu Sensei. O treino pode ser interessante para, em vez de esperar felicidade só das grandes conquistas, encontrá-la todos os dias, nas coisas mais simples, como tomar um café.

Busque o estado de flow

A psicologia positiva tem esse nome por trabalhar as emoções afirmativas, fortalecendo nossos recursos pessoais. Nessa área, ficou famoso o conceito de flow, desenvolvido pelo psicólogo húngaro Mihaly Csikszentmihalyi. Para Fabiane Curvo, psicóloga de São Paulo especializada nessa linha, o flow pode nos levar à felicidade. Mas no que ele consiste? “É uma experiência máxima, quando conseguimos atingir nossa zona de excelência e não vemos o tempo passar”, explica. Pense em quando você está tão dedicada a uma atividade que não se distrai, pois está totalmente absorvida por ela. Pode ser pintando, praticando um esporte, passeando com seus filhos ou mesmo trabalhando. “Use seus recursos internos para descobrir as atividades que a levam a esse estado de flow e procure praticá-las com frequência”, indica Fabiane.

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Fortaleça seus vínculos

A construção de laços verdadeiros com as pessoas que estão à nossa volta – um valor intrínseco, segundo os conceitos de Kasser – está presente em muitas investigações sobre felicidade. As boas relações são o que nos mantém felizes. Foi essa a conclusão do provavelmente mais longo estudo do mundo sobre o tema: o conduzido pela Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, que acompanhou a vida de 724 homens durante 75 anos. Robert Waldinger, o quarto diretor da investigação, afirma que as pessoas que têm mais conexões com a família são fisicamente mais saudáveis, vivem mais tempo e se percebem mais felizes do que aquelas que vivem sozinhas. Boas relações não são sinônimo de ausência de conflitos – o que importou para a pesquisa foi o sentimento de que se pode contar com os outros. “Tudo se resume à qualidade das relações íntimas.” Ampliar seu círculo de amigos e investir no diálogo, ternura e intimidade com as pessoas do seu convívio é um caminho, portanto, que nos aproxima do sentimento de felicidade.

Não espere o fim

Todos os entrevistados concordam que a felicidade não é um lugar estático que pode ser alcançado. “É uma busca que só acaba com a morte”, diz Di Giácomo. Novamente, entender que momentos de tristeza fazem parte da existência, assim como dúvidas, incertezas e mudanças de ideia, torna o caminho menos angustiante. Buscar a felicidade é diferente de procurar uma chave que “resolva” a vida. Como diz a canção de Paulinho da Viola, a vida não é uma equação, não tem que ser resolvida.

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