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Química no uniforme da American Airlines deixa equipe doente

O problema foi considerado urgente após um piloto se manifestar sobre a história, mas diversos funcionários tiveram que abandonar o trabalho por isso.

Por Ana Flavia Monteiro
Atualizado em 20 jan 2020, 10h34 - Publicado em 12 jul 2017, 18h17
 (American Airlines/Reprodução)
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Em setembro de 2016, a companhia American Airlines apresentou uma nova coleção de uniformes para seus funcionários e foi aí que o problema começou.  Heather Poole, uma comissária de bordo da companhia há 21 anos, tem passado o máximo de tempo possível fora das aeronaves, porque ela foi uma dos três mil trabalhadores da companhia que sofreu efeitos colaterais, como problemas respiratórios, tontura, desmaio, alergias e menstruação irregular, provenientes das novas peças. Logo depois de ter provado seu uniforme, que foi feito pela marca Twin Hill, ela começou a se sentir mal, mas, como vários outros colegas, nem considerou ligar seus sintomas ao uniforme.

Quando fez um exame de sangue alguns meses depois, descobriu que sua tireoide estava fora o normal e foi aí que começou a suspeitar das peças disponibilizadas pela companhia. Será que os compostos químicos usados na fabricação estariam causando aqueles sintomas?

Depois de ter aumentado a dosagem de seu remédio para tireoide, Heather começou a usar um uniforme alternativo aprovado pela American Airlines, mas com o lenço original deles, e achou que assim seus problemas acabariam, até que começou a ter uma tosse forte enquanto voava.

“No ar, meu coração chegava a bater 170 vezes por minuto, enquanto no chão, ele batia apenas 80”, disse. “Meu coração estava acelerado por causa daquele pequeno pedaço de tecido no meu pescoço. Quando eu parei de usá-lo, meu coração voltou ao normal“.

Assim como ela, a comissária Robin Adams-Dejardin, que trabalha na companhia há 31 anos, não conectou seus sintomas ao tecido inicialmente. “Tudo começou como uma pequena reação alérgica”, disse ela, que também disse que teve exaustão e coceira nos olhos. “Na noite anterior de eu parar de usar os uniformes, eu mal conseguia manter meus olhos abertos no trabalho”.

“Um outro dia, eu pendurei meu uniforme no meu carro e, só de ficar do lado dele durante a viagem, tive uma reação alérgica no corpo todo”, disse Robin. “No momento em que coloquei ele no porta-malas, a reação melhorou”.

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E não foi só o contato direto que resultou em experiências desagradáveis para os funcionários, só de ficar perto dos uniformes alheios em voos, as reações já começaram a se manifestar. Visto que a industria da moda tem milhares de compostos químicos disponíveis para desenvolver tecidos, nem sempre é possível saber o que a combinação em contato com o corpo resultará.

Para piorar, assim que as comissárias de bordo começaram a se manifestar em relação aos problemas, a mídia lidou como se fosse um problema pequeno ou até mesmo uma frescura, fazendo manchetes como “O Curioso Caso das Comissárias de Bordo com Coceira”, mas, quando um piloto reafirmou os problemas, a notícia começou a ser levada a sério.

Mesmo com todos esses relatos de que o tecidos e as substâncias presentes nele estão fazendo os funcionários passarem mal – segundo a Associação de Comissários de Bordo Profissionais, são mais de 3 mil – e da marca já ter sofrido acusações de terem produzido peças que causaram reações alérgicas em 2011, a companhia disse que não vai tirar as peças de circulação, mas afirmaram que não vão renovar o contrato com a marca a partir de 2020.

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