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Mãe e filho ressignificam marcas do câncer de mama através da tatuagem

Com sensibilidade e desenhos personalizados, tatuadores transformam cicatrizes em arte e autoestima

Por Ana Luiza Bezerra
26 jul 2025, 05h30
Imagem de mãe e filho a frente do caminhão que abriga o projeto Tattoo Truck
Gabriel e Stella encontraram na tatuagem um meio de transformação social (Nanni Ink./Divulgação)
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Segundo dados de 2022 do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de mama é o tipo que mais atinge mulheres em todo o mundo. As possibilidades de tratamento são diversas, incluindo cirurgias para a retirada do tumor, e, em alguns casos, também de tecidos ao redor. As marcas deixadas por esses procedimentos, no entanto, podem impactar profundamente a autoestima feminina.

Nos últimos anos, surgiram várias alternativas para amenizar essas inseguranças – entre elas, uma pouco convencional: a tatuagem. A artista plástica Stella Nanni e seu filho, Gabriel, encontraram nessa forma de arte uma maneira de ajudar mulheres a se reconectarem com o próprio corpo. Desde 2017, os dois comandam o Tattoo Truck Tour, projeto itinerante que viaja oferecendo tatuagens para cobrir cicatrizes resultantes do tratamento contra o câncer de mama.

Imagem de um seio coberto de tatuagens após uma cirurgia para a retirada do câncer de mama
As tatuagens se tornaram um símbolo de recomeço (Nanni Ink./Divulgação)

Como surgiu o Tattoo Truck Tour

A ideia surgiu após ouvirem o relato comovente de uma pessoa próxima, que contou como a tatuagem teve um papel transformador em sua recuperação emocional. “A gente sempre se perguntava como poderia ajudar as pessoas por meio da arte. E daí surgiu o projeto, porque assim conseguimos levar isso para o maior número possível de mulheres”, conta Stella.

De lá para cá, mãe e filho já passaram por diversas cidades brasileiras, visitaram países da América do Sul e chegaram até Berlim, na Alemanha. Para conectar o projeto às mulheres interessadas, ONGs locais desempenham um papel fundamental. “Normalmente entramos em contato com instituições que apoiam mulheres que enfrentaram o câncer de mama ou sofreram violência doméstica. São elas que nos ajudam a divulgar, para que as interessadas entrem em contato conosco”, explica a tatuadora.

No entanto, há um processo cuidadoso por trás de cada atendimento. Antes de realizar a tatuagem, as candidatas passam por uma triagem. São aceitas apenas pessoas com mais de 18 anos, com cicatriz há pelo menos um ano e que não estejam em tratamento com quimioterapia ou radioterapia.

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Imagem de homem abraçando uma mulher tatuada por ele
Os relatos de gratidão são o que movem os tatuadores a manter o projeto (Nanni Ink./Divulgação)

Ressignificando momentos difíceis

Ao relembrar os objetivos que deram origem à iniciativa, Stella reforça: “Sempre buscamos transformar o trauma em algo a se orgulhar, além de melhorar a qualidade de vida e a relação com o próprio corpo”.

Ela se emociona ao contar algumas das histórias mais marcantes que já viveu ao longo do projeto. “Depois que ela [atendida] saiu do estúdio, após fazermos a reconstrução da aréola, ela nos contou que a primeira coisa que fez foi comprar um espelho – porque não tinha um em casa fazia oito anos. Imagina o quão profundo isso é.”

Mais do que cobrir cicatrizes, a dupla desenvolveu um método próprio, que envolve escuta, cuidado e personalização. O foco não está apenas na escolha da arte ideal para cada caso, mas também em acolher a história por trás de cada marca. “Cada caso é único, e isso faz toda a diferença. Nosso método contempla tudo: desde o primeiro contato, a forma como recebemos essas mulheres no Tattoo Truck, a criação do desenho, a aplicação da tatuagem e até o acompanhamento no pós”, explica Stella.

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Imagem de um seio coberto de tatuagens após uma cirurgia para a retirada do câncer de mama
Os desenhos retomaram a autoconfiança para essas mulheres (Nanni Ink./Divulgação)

Ações e apoio ao longo do ano

A iniciativa é mantida com recursos próprios, e por isso Stella ressalta a importância do apoio institucional. “Gostaríamos de atender um número maior de pessoas, mas, infelizmente, não conseguimos. Quando conseguimos algum patrocínio, o atendimento é gratuito o tempo todo”, afirma.

Todos os anos, especialmente no Outubro Rosa, o projeto promove ações especiais. Em 2024, as atividades aconteceram nos metrôs de São Paulo. Já em 2025, a programação será realizada em Campinas, cidade onde moram.

Solidariedade sobre rodas 

Entre os dias 12 e 15 de agosto, a dupla estará com o Tattoo Truck no evento Rio Innovation Week, no Rio de Janeiro. As interessadas podem entrar em contato via Instagram ou WhatsApp para participar da triagem prévia e garantir sua vaga.

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E a iniciativa vai além do universo feminino. Um dos aspectos mais interessantes é sua ampliação: homens com cicatrizes decorrentes de eventos traumáticos também poderão participar e receber a tatuagem como forma de ressignificação.

Imagem de um seio coberto de tatuagens após uma cirurgia para a retirada do câncer de mama
O projeto já atravessou o continente ajudando mulheres (Nanni Ink./Divulgação)

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