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Líder da maçonaria é acusado de assédio sexual por duas ex-funcionárias

João José Xavier, líder da Grande Loja Maçônica do estado de São Paulo (Glesp), nega as acusações. Mulheres pedem indenizações morais e trabalhistas

Por Da Redação
Atualizado em 15 out 2020, 10h18 - Publicado em 15 out 2020, 10h16
João José Xavier líder da Grande Loja Maçônica do estado de São Paulo (Glesp)
João José Xavier líder da Grande Loja Maçônica do estado de São Paulo (Glesp)  (Facebook/Glesp/Reprodução)
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Em depoimento à Justiça, em setembro, duas ex-funcionárias acusam o líder da Grande Loja Maçônica do estado de São Paulo (Glesp), João José Xavier, de assédio sexual. As mulheres, uma profissional administrativa e uma auxiliar de limpeza, segundo reportagem da Folha,  entraram com ação por danos morais, ação trabalhista e ação criminal contra  Xavier.

Ele nega as acusações e diz se tratar de manobra para “ de forma vil e negativa, denegrir sua honra”, praticada por um pequeno grupo que perdeu as eleições do ano passado para comandar a Glesp. Xavier é casado e foi eleito grão-mestre na instituição em 2019.

A profissional da área administrativa, que trabalhava lá desde 2001, contou que Xavier a chamava em sua sala e mostrava vídeos de mulheres, que elogiava seus seios e que chegou a perguntar se ela era casada com policial. Ela respondeu que seu marido era guarda municipal e que andava armado.

Mas, mesmo assim o assédio continuou. Seu superior direto, ao ouvir o relato, aconselhou cautela. Ela pede R$ 150 mil de indenização por danos morais e pagamento de tratamento psicológico, segundo informou seu advogado à Folha. A ação trabalhista requer R$239 mil de indenização.

A auxiliar de limpeza também contou que Xavier falava “safadezas” e que chegou a ouvir comentários do tipo: “ você é muito boa de calça legging, imagina sem”. Com medo de perder o emprego, tolerou o assédio. Ela pede indenização de R$88 mil relativas a passivos trabalhistas e danos morais.

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As funcionárias foram demitidas neste ano, em meio à pandemia. Três testemunhas confirmaram que viram os episódios de assédio do líder da Glesp. Na esfera criminal ele é acusado de assédio sexual e de importunação sexual.

A Lei de Importunação sexual completou dois anos recentemente, e  caracteriza como crime atos libidinosos na presença de alguém sem seu consentimento, como toques inapropriados, beijos sem permissão, “encoxar”, cantadas invasivas, ejacular.  O assédio sexual acontece quando há uma posição de hierarquia entre o assediador e a vítima, como no ambiente de trabalho, e caracteriza-se por constrangimentos com a finalidade de obter favores sexuais, segundo o Artigo 216 do Código Penal.

 

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