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Retrospectiva 2018: 10 mulheres fortes que ganharam destaque este ano

Letícia Colin, Elza Soares e Renata Vasconcellos são alguns dos nomes que marcaram 2018 com muito empoderamento.

Por Alice Arnoldi
Atualizado em 16 jan 2020, 03h18 - Publicado em 28 dez 2018, 10h00

O ano está chegando ao fim e para celebrar 2018, nada melhor do que uma retrospectiva. Por isso, listamos aqui dez mulheres que marcaram de alguma forma esses 365 dias e que merecem uma boa dose de reconhecimento. Confira!

1. Maria Júlia Coutinho

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Ao ter uma foto publicada na página do Facebook do Jornal Nacional, em 2015, Maju Coutinho foi atacada brutalmente com comentários racistas. A jornalista foi alvo de frases como: “só conseguiu emprego no JN por causa das cotas, preta macaca”; “a tela da minha TV está preta?”; “projeto de escapamento”.

Mas, com muita garra, a apresentadora do tempo não abaixou a cabeça e continuou a ser um nome forte de representatividade negra, principalmente neste ano. Em uma entrevista ao Correio 24 horas, Maju explicou que ela combate o racismo mostrando sua capacidade intelectual.

“Particularmente, acho que minha luta se faz através do meu exercício profissional com competência. Esta é minha melhor resposta: não deixar que ninguém impeça minha caminhada. Minha bandeira é o trabalho com competência. É mostrar do que sou capaz”, declarou. 

O engajamento da jornalista no combate ao preconceito racial ficou ainda mais forte quando ela se tornou madrinha do Centro Comunitário Santa Helena, no Bairro da Paz – uma iniciativa do programa Criança Esperança. 

“Este ano tenho a possibilidade de ver de perto e a alegria é muito grande, sobretudo quando percebo que essas instituições têm um papel tão decisivo na construção de uma negritude afirmada, cheia de respeito por sua ancestralidade. Vejo aqui meninas muito mais confiantes e decididas, conhecedoras das suas possibilidades e potencialidades”, pontuou.

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2. Joenia Wapichana

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Com as eleições de 2018, Joenia se tornou a primeira mulher indígena a ser eleita como deputada federal no Brasil. Associada ao partido Rede, ela irá representar Roraima em Brasília.

Além da conquista de uma cadeira de representatividade indígena dentro da Câmara dos Deputados, Joenia também é conhecida como a primeira figura feminina indígena a formar-se em Direito. Ela foi a quinta colocada no vestibular – enquanto concorria diretamente com filhos dos grandes nomes do estado em que nasceu – e concluiu o curso em 1997.

Para o cargo de deputada federal, Joenia foi eleita com 8.491 votos. A luta dela será principalmente a favor da sua cultura, o que inclui o combate às 33 proposições anti-indígenas que estão correndo no Senado e no Congresso.

3. Letícia Collin

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Remove-me, Instagram.

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Se teve algo que Letícia Colin fez durante 2018, e com muita consciência, foi ser uma voz feminina empoderada. Um exemplo disso foi a sua personagem em O Segundo Sol – uma prostituta feminista que conquistou o público. Para ela, isso significou que “talvez a gente esteja caminhando para menos julgamento e mais coração”, explicou em uma entrevista ao Observatório de Televisão

Além do destaque nas telinhas, Letícia também usou o Instagram para participar de movimentos de empoderamento feminino, como o de apoio às vítimas que foram abusadas sexualmente pelo médium João de Deus e o posicionamento contra Jair Bolsonaro durante as eleições 2018, na campanha que ficou conhecida como “Ele não”.

A atriz também prestou seu apoio à cantora Cláudia Leitte quando ela foi assediada pelo apresentador Silvio Santos durante o Teleton 2018. “Eu imagino o que a Cláudia sentiu ali. Coitada. Toda a minha solidariedade a ela. É bizarro. Esse cara tem que saber que está errado o que ele fez. É inadmissível. É 2018. […] Eu acho que é chegar para esses caras, com amor e precisão, e dizer: ‘você tem a chance de mudar. É o momento de mudar’. Também não acho que é afastar, mas trazer junto”, pontuou ao participar de um quadro no canal da youtuber Júlia Faria. 

4. Rachel Maia

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….esta noite, encontro na @marthamedeirosreal a convite do @bancosafra, falando sobre momento econômico do Brasil #conscientização Look @lacoste

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Um dos grandes nomes de 2018 é o de Rachel Maia. Ela é uma das poucas mulheres negras que chegaram ao cargo de CEO de duas marcas importantíssimas no mundo das joias: Tiffany e Pandora.

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Porém, neste ano, Rachel teve mais uma conquista para adicionar na lista de realizações. Ainda que ela tenha se desvencilhado da Pandora, já que o cargo de CEO foi extinto da rede, Rachel assumiu a posição de diretora executiva da Lacoste brasileira.

Ao canal “Um Brasil”, ela explicou a importância da inclusão no meio corporativo e como os grandes empresários podem trabalhar para fazer isso acontecer. “Não tem problema nenhum você desconhecer, tem problema você permanecer na ignorância. […] Vindo de presidentes do sexo masculino, essa dúvida faz com que a gestão, os líderes se coloque em uma posição de ‘não tem problema eu não saber. Como eu posso aprender?’.”

5. Maisa Silva

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bem praianinha né nomm??? 💙

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Quem disse que consciência social tem a ver com idade? Mesmo com apenas 16 anos, Maisa Silva mostrou muita maturidade com alguns comentários feitos nas redes sociais neste ano.

Intitulada a adolescente mais seguida mundialmente no Instagram, as postagens da atriz sempre recebem respostas – algumas positivas, outras não. Como foi o caso de quando ela publicou uma foto de biquíni e um seguidor escreveu: “a cadeia não deve ser tão ruim assim”, fazendo alusão ao crime de pedofilia. Sem pensar duas vezes, a apresentadora rebateu: “tomara que você apodreça lá. Nojento!”.

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A própria youtuber printou o que havia acontecido nos comentários do clique e repostou no Twitter. Por lá, ela reafirmou a importância de não compactuar com piadas que estão dentro da esfera criminal. “Esses tipos de comentários NÃO são tolerados”, escreveu.

Além do desconforto causado por esse tipo de brincadeira maldosa, Maisa também lidou com críticas sobre o seu corpo. Mas engana-se quem pensa que a jovem simplesmente aceitou os comentários. Ela falou abertamente a respeito da pressão colocada sobre a figura feminina.

“O problema é que o corpo das mulheres nunca vai estar ok. Se ela for magra ela vai ser ‘doente’ ‘anoréxica’, se ela for gorda, vai ser ‘obesa’ e se ela for musculosa vai ser ‘masculina demais’. Só que, mano, o corpo ‘daora’ é o corpo em que você é feliz e ponto! Que saco, não cobrem isso!”, pontuou.

Maisa também debateu sobre o que é masculinidade quando postou uma foto do namorado maquiado. Ela foi questionada por uma fã sobre o que ela pensava ao estar em um relacionamento com alguém que a deixava fazer makes em seu rosto dentro de uma sociedade machista. A resposta? “Boy com masculinidade frágil não é para mim”. Simples assim!

6. Mônica Benício

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"Ao teu lado todas as coisas eram possíveis." Sigo confiando que sempre serão e sem deixar de amar um segundo sequer. . , 📸 @deia.florence . #M2 #ADMV #marielleemonica #porqueeraelaporqueeraeu #saudade #orgulholgbt #loveislove #amoréamor #eusouporquenossomos #mariellefranco #quemmatoumarielle #justiçaparamarielleeanderson #194diasSemEla

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Infelizmente, o que fez com que o nome de Mônica Benício tivesse destaque em 2018 foi um triste motivo: a morte brutal da vereadora Marielle Franco, em março deste ano. As duas já estavam juntas há 14 anos.

Mesmo nove meses após a tragédia, a viúva continua a lutar por justiça pela companheira. “A dor é uma certa forma de combustível para poder se manter na luta. É motivador ver pessoas que falam que nossa luta está inspirando, que Marielle continua sendo um símbolo de esperança”, explicou em uma entrevista à AFP.

Mônica, por exemplo, participou do “Festival Pela Vida das Mulheres” – movimento que luta pelos direitos femininos e que, neste ano, também se tornou um local de homenagem à vereadora. “Essa passeata não é por ela. Se ela estivesse viva, o movimento estaria acontecendo e estaríamos aqui juntas”, afirmou ao Universa

7. Renata Vasconcellos

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No cenário caótico das eleições, Renata Vasconcellos mostrou o que é ter compostura em frente as câmeras e saber explicar, com muita educação, um dos problemas que atingem as mulheres por causa do machismo enraizado na sociedade: a desigualdade salarial.

Para quem não lembra o que aconteceu, Renata estava na bancada do Jornal Nacional durante os debates dos candidatos que estavam disputando a presidência. Um deles era Jair Bolsonaro, que tentou constranger a jornalista insinuando que o valor do seu salário era menor por ser mulher.

Sem titubear, Renata rebateu a fala do presidenciável, deixando bem claro que jamais aceitaria essa condição de serviço. “[…] O meu salário não diz respeito a ninguém. E eu posso garantir ao senhor, como mulher, que eu jamais aceitaria receber um salário menor de um homem que exercesse as mesmas funções e atribuições que eu”, afirmou.

8. Elza Soares

Elza Soares
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No auge dos seus 81 anos, Elza Soares é um dos grandes nomes de 2018 por ter lançado, mais uma vez, um álbum empoderador – e que também deu o que falar pelo nome.

Intitulado “Deus é Mulher”, a obra fala abertamente sobre lugar de fala, feminismo e até mesmo sexo, tudo isso com um ritmo bem específico (e gostoso de ouvir!).

“Deus é Mulher é um álbum que foi feito para todo mundo, mais aberto, mais alegre, saindo daquela coisa da Mulher do Fim do Mundo, que é um trabalho lindo, mas é mais denso, tenso e punk! Deus é Mulher é necessário para você ter mais clareza e fica mais aberto a entrar na festa, se divertindo e cantando”, explicou a cantora em uma entrevista à Revista Quem.

9. Conceição Evaristo

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Foto de @mariposa_._amarilla

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Conceição Evaristo representa fortemente a literatura brasileira negra. Com a primeira publicação feita há 28 anos – contos e poemas na série “Cadernos Negros” -, a autora ganhou ainda mais destaque neste ano por dois motivos.

O primeiro deles é que Conceição foi homenageada na prova do Enem. Todo ano, o INEP escolhe uma figura relevante para ter suas frases usadas na primeira folha do caderno da prova e que deve ser copiada a fim de identificar qual é a versão do teste. Em 2018, a autora foi a eleita.

Já o segundo motivo que fez com que a escritora tivesse ainda mais relevância em 2018 foi a sua tentativa de se tornar a primeira mulher negra a tomar posse de uma cadeira da Associação Brasileira de Literatura.

Inúmeros movimentos negros e feministas lutaram para que isso se tornasse realidade, mas, infelizmente, o cargo foi ocupado pelo cineasta Cacá Diegues

10. Paola Carosella

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Aprendi a tirar férias de verdade a pouquíssimo tempo. Uma grande amiga me ensinou a importância de esse momento ❤️ Como ele é vital, sobretudo para workaholics. Desligar tudo e de fato entrar, mergulhar profundamente no modo ferias. Disfrutar de cada minúsculo segundo respirando fundo a vida. Minha cara de profunda felicidade: familia junto, lugar incrível, trilhas e cachoeiras poderosas e modo ferias ON. @pousadainacia #chapadadosveadeiros #cachoirasantabarbara thanks ! @grupobjetiva @thiagomiranda__ ❤️ foto @emperorofhoxton

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Ainda que muitos a conheçam pelos dotes culinários e por ser jurada do MasterChef, Paola Carosella também ganhou as redes sociais neste ano ao falar abertamente sobre feminismo, seu corpo e as experiências pessoais como mãe.

O episódio mais recente em que Paola empoderou a si foi com um clique em que aparece de maiô. Diferente de qualquer texto que poderia soar clichê, a jurada falou sobre algo muito pontual: depilação.

“Você pode e deve se jogar na areia e deitar no sol tranquilamente sem ter depilado a axila. Nem a perna nem nada. Você pode e deve fazer o que te faz feliz porque assim você faz bem para você e para os outros. Ser feliz é quase que uma obrigação”, escreveu na legenda. 

Sem medo de se defender, Paola também rebateu algumas críticas em relação ao MasterChef. Ela foi acusada de favorecer o competidor Hugo, que chegou à final da última edição amadora do reality.

“Três homens e eu escolhemos um participante homem como ganhador da prova. Mas, quem de fato levou ele para o mezanino exercendo favoritismo e falta de seriedade fui eu (mulher) porque estou com vontade de dar para ele. Boa noite Brasil. Bom descanso”, tuitou. 

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