Quem é a mulher citada por Viegas em sua despedida com Tiago Leifert
Baleada em troca de tiros no Rio, Claudia Silva Ferreira foi colocada em viatura e seu corpo foi arrastado por 350 metros
Viegas deixou o BBB 18 com 57,64% dos votos neste domingo (8) e, em sua saída, fez um forte discurso na despedida com Tiago Leifert. Citou, entre outras coisas, com é difícil para pessoas da periferia sonharem e citou vítimas de violência, como Amarildo e Claudia. Como ficou na casa por mais de 70 dias, Viegas ainda não sabia do assassinato da vereadora Marielle Franco no último dia 14 de março.
Claudia Silva Ferreira, conhecida como Cacau, era mãe de quatro filhos e cuidava de outros quatro sobrinhos, com idades dentre 5 e 18 anos. Segundo o marido, ela caminhava até a vendinha da vila para comprar pão quando foi baleada durante uma troca de tiros entre policiais e bandidos. Ela trabalhava como auxiliar de serviços num hospital.
Ela foi socorrida e colocada no porta-malas de uma viatura por três policiais que alegaram que a levariam para um hospital. Durante o trajeto, seu corpo caiu para fora do porta-malas e, preso pela roupa, ficou pendurado e foi arrastado por volta de 350 metros na Estrada Intendente Magalhães. A cena do corpo da Cláudia sendo arrastado foi filmada por um cinegrafista anônimo (que seguia no carro atrás da viatura) e o vídeo foi divulgado pela imprensa.
Exatos quatro anos após sua morte, dois policiais militares acusados do homicídio seguem trabalhando normalmente.
Desde o crime, em março de 2014, eles já se envolveram em outras oito mortes durante operações. Todas as ocorrências foram enquadradas como homicídios decorrentes de intervenção policial.
Os dois foram indiciados pela Polícia Civil pela morte de Claudia em julho de 2014. A denúncia contra os dois por homicídio doloso só foi recebida pela Justiça em março de 2015. Desde então, o processo corre na 3ª Vara Criminal e os policiais não foram pronunciados.
Rodrigo Medeiros Boaventura, que na época era tenente, foi promovido após o assassinato de Claudia e hoje é capitão.
“O que sinto é apenas uma saudade eterna. Era ela quem comandava a casa e a nossa vida, decidia tudo”, conta o marido, Alexandre Lima.